sexta-feira, 5 de outubro de 2012

MEC discorda de Congresso e quer currículo com menos disciplinas

 
Grasielle Castro - Correio Braziliense
Publicação: 05/10/2012 06:03 Atualização: 05/10/2012 07:53
A inclusão de duas novas disciplinas no currículo escolar brasileiro, aprovada em fase terminativa na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, estava pronta para ser enviada à Câmara dos Deputados, mas o governo federal — que é contra — fez o possível para retardar a tramitação do tema. Com a ajuda do líder do governo na Casa, Eduardo Braga (PMDB-AM), o Planalto conseguiu levar ao plenário a inclusão de Cidadania Moral e Ética no ensino fundamental e Ética Social e Política no ensino médio, sem data para votação. A manobra do governo gera polêmicas. Quem apoia a alteração do currículo condena, mas, entre especialistas, é uma articulação bem-vista.

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Nos últimos anos, a grade horária de crianças e adolescentes sofreu um inchaço de pelo menos seis disciplinas. Sociologia, filosofia, antropologia e política foram alguns dos temas incluídos na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e passaram a fazer parte da rotina dos estudantes. Mãe de Pedro Picanço, 9 anos, a médica Cristiana Campos, 40, apoia a inserção de mais uma matéria— a ética. “O colégio é um bom ambiente para aprender desde cedo valores do que é certo e errado”. Pedro discorda por considerar uma coisa a mais para estudar. “Já está tão difícil”, lamenta. Dentro da grade do garoto, já são pelo menos 10 matérias. “E português não é só português, é literatura, redação, gramática”, acrescenta a mãe.