O arcebispo metropolitano Dom Itamar Vian não acredita que o uso do vinho canônico em missas e celebrações interfira na aplicação da Nova Lei Seca causando multas nos sacerdotes que forem flagrados em blitzes. Ele disse que a quantidade de vinho usada não passa de pequenas gotas, embora os padres estejam livres para usar a quantidade que quiserem.
Esse vinho tem graduação alcoólica de 16%, enquanto os vinhos tradicionais têm, geralmente, graduação alcoólica de 7% a 13%. Segundo especialistas, o alto teor alcoólico e de açúcar no vinho canônico tem função de conservá-lo por mais tempo.
Dom Itamar informou que a orientação para que padres, diáconos e bispos, bebam o vinho canônico durante as celebrações consta no livro Direito Canônico e tem reconhecimento internacional. Ele explica que para mudar esta orientação os bispos deverão pedir uma nova proposta através da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) para que o Vaticano seja consultado sobre o assunto.
Na opinião do arcebispo, toda lei justa deve ser respeitada e a Lei Seca é justa, mas precisa ser aplicada dentro do bom senso. “Eu não acredito que algumas gotinhas de vinho possam influir no trânsito ou em alguém que dirija” afirmou.
Citando o próprio exemplo, ele disse que dirige há mais de 50 anos e celebra cerca de 2 ou 3 missas por dia, e após isso conduz o veículo sem se envolver em qualquer acidente. Ele reconhece que a Lei Seca é importante, mas que existem muitos outros assuntos mais importantes a serem discutidos no país.