A presidente Dilma Rousseff disse, nesta terça-feira (5), que o governo
estuda cortar integralmente os tributos federais cobrados sobre a cesta
básica, e também revisar os itens que fazem parte dela porque o
conceito atual estaria "ultrapassado".
Segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a
desoneração total do governo pode passar de R$ 5 bilhões. Um estudo da
entidade diz que as famílias que recebem até dois salários mínimos
(cerca de 70% da população brasileira) devem ser as principais
beneficiadas pela medida.
Em setembro passado, a presidente vetou uma medida que reduziria a zero algumas taxas para produtos da cesta básica. Em vez disso, criou um grupo de trabalho para apresentar uma proposta de composição dessa cesta e dos respectivos cortes de tributos.
Em entrevista a rádios do Paraná, Estado que visitou nesta segunda, a
presidente disse também que o governo nunca descuidou da inflação, e
prometeu continuar a cortar impostos de investimentos, produção e
emprego.
"Nós estamos estudando a desoneração integral da cesta básica dos
tributos federais", disse ela, acrescentando que o governo está
"revisando quais são os produtos que integram a cesta básica".
A presidente afirmou ainda que pretende conversar com os Estados para
que cortem tributos regionais que incidem sobre a cesta básica.
Crescer com inflação baixa
Ao falar da inflação, que em 2012 ficou em 5,84%, a presidente prometeu
baixá-la. "Nós não descuidamos dela [a inflação] em nenhum momento, em
nenhuma circunstância", disse a presidente, afirmando que o índice deve
cair em 2013 por conta da redução das tarifas de energia elétrica e de
outros cortes de impostos.
Questionada sobre o impacto do aumento da gasolina e do diesel sobre a
inflação, Dilma disse que ele é compensado com folga pela redução das
tarifas de energia. "Nós ganhamos muito mais do que por ventura
perdemos".
"Eu quero reduzir esta taxa de inflação, eu acho que é importantíssimo que nós cresçamos e tenhamos inflação baixa."
Dilma diz estar otimista com crescimento da economia do país
Ao comentar o crescimento econômico, Dilma demonstrou otimismo ao dizer
que a redução na taxa de juros realizada ao longo de 2012 "vai começar a
dar resultado a partir de agora", mas ponderou que o cenário global
ainda atrapalha.
Segundo ela, o Brasil crescerá em 2013, mas será "um crescimento mais
lento" porque "o mercado internacional não recuperou e nós temos uma
queda brutal do comércio internacional".
Depois de o governo recorrer a várias manobras para cumprir a meta
ajustada do superávit primário do setor público, Dilma disse que o país
"tem as contas públicas inteiramente sob controle", acrescentando que "o
Brasil é um país sólido"