Atualmente respondendo como bispo da Diocese de São Mateus no Espírito
Santo, Dom Zanoni Castro nos apresentou alguns posicionamentos que ele tem a
respeito de determinadas temáticas, sobretudo a sua relação com a imprensa.
Nesta entrevista, o bispo responde à repórter Clécia Azevêdo sobre a afirmativa de
um jornal feirense quando o nominou como esquerdista.
1 - Qual a sua linha de trabalho? CEBS?
Estamos
celebrando os 50 anos do Concílio Vaticano II. Participei com Dom Itamar da V
Conferência de Aparecida e compreendo que as diretrizes da ação evangelizadora
da Igreja do Brasil são orientações seguras para o nosso exercício pastoral. A Igreja,
como nos tem pedido Aparecida, deve ser uma rede de comunidades, onde as
pessoas são iniciadas na fé, se reúnem para ouvir a Palavra de Deus, celebrar
os sacramentos e, sobretudo a Eucaristia. Cada comunidade cristã deve ser o
lugar da acolhida, da diversidade dos carismas e da pluralidade do viver o
Evangelho, sem dúvida, espaço privilegiado dos movimentos eclesiais,
associações e pastorais!
2 - Como acontece sua relação com a imprensa?
Desde o
início do meu ministério tenho mantido um diálogo maduro e responsável com a
imprensa, relacionamento de mútua colaboração!
3 - Um jornal de Feira de Santana disse
que o senhor era esquerdista. O que tem a dizer da afirmação?
Faço
minhas as palavras do Santo Padre Francisco: "quando falo em Terra, teto e
trabalho chamam o Papa de comunista, mas estas questões estão no coração do
Evangelho", são o cerne da doutrina social da Igreja!
4 - Qual a maneira que o senhor
trabalha com a juventude? Acredita que ela deve ser mais valorizada na Igreja?
Compreendo
a Juventude como a semente de renovação do mundo e da Igreja. Hoje precisamos
dar respostas adequadas às novas situações que estamos vivendo. Nossa juventude
precisa de um caldo grosso. Chega de alimentá-la com uma sopinha rala. A
juventude precisa que a fé lhe seja apresentada de forma convincente, vigorosa
e persuasiva!
5 - A realidade prisional é um fator
preocupante para o senhor?
Desde o
início do meu ministério tenho compreendido que precisamos desmistificar a
concepção que a sociedade tem do homem e mulher encarcerados e partilho do
olhar de humanidade e respeito como Jesus nos pediu!
6 - Tem se observado uma escassez de
vocações. O sr tem alguma ideia para alavancar a pastoral vocacional na Igreja?
Tenho uma
experiência bastante exitosa da pastoral vocacional e do serviço animação
vocacional da Diocese de São Mateus. Um trabalho muito sério e articulado que
reúne os formadores, os padres e irmãs e todas as forças vivas da Igreja
Diocesana.
7 - Qual o sentimento do senhor em ser
designado para uma Arquidiocese na Bahia, uma vez que o senhor é daqui?
No
primeiro momento de surpresa, mas de muita confiança e boa expectativa, tendo
em vista a acolhida fraterna e carinhosa do senhor arcebispo e dos demais
irmãos no episcopado, como também da parte dos irmãos presbíteros que me
conhece.
8 - Uma avaliação que o senhor faz da
relação movimentos sociais x Igreja?
Hoje, mais do que nunca, precisamos
dialogar com os movimentos sociais, com a sociedade em geral e com todos
aqueles de coração sincero. Precisamos aprender com o Papa Francisco quando
coloca o seu ministério a serviço da construção de um mundo novo. Veja aí os
frutos deste diálogo do Santo Padre. O seu protagonismo no histórico
restabelecimento das relações entre Cuba e os Estados Unidos é um.