cupou a
Esplanada nos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma; os presidentes
do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Henrique Eduardo
Alves (PMDB-RN), o atual ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, e
ex-ministros Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Mário Negromonte (Cidades).
Os 28 nomes são exclusivamente de políticos que teriam sido
beneficiários dos negócios da diretoria de Costa. A Polícia Federal e a
Procuradoria da República trabalham com outros nomes de políticos que se
relacionavam com os ex-diretores da estatal Renato Duque (Serviços) e
Internacional (Nestor Cerveró).
As revelações foram feitas em depoimentos prestados por Costa à força
tarefa da Lava Jato e fazem parte do acordo de delação premiada firmado
pelo ex-diretor com o Ministério Público Federal em troca de redução da
pena. Desde que sua delação foi aceita pelo Supremo Tribunal Federal,
ele cumpre prisão em regime domiciliar, no Rio.
Alguns nomes dessa lista também aparecem na relação fornecida pelo
doleiro Alberto Youssef, que firmou acordo semelhante - ainda não
homologado pelo ministro Teori Zavascki, do STF. O procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, deve denunciar os envolvidos no esquema de
desvios da estatal em fevereiro, quando tem início a nova legislatura.
A delação do ex-diretor da Petrobras, já homologada pelo Supremo,
estava com Janot desde novembro. Ele aguarda o teor do depoimento de
Youssef para cruzar os nomes citados, o que deverá ser realizado até o
início da próxima legislatura.
Foro
Na troca da composição do Congresso, alguns dos citados perdem foro
privilegiado e passam a ser julgados pela Justiça de primeira instância.
Por decisão do ministro Teori Zavascki, as investigações permanecem
divididas entre a Suprema Corte e a Justiça Federal no Paraná, onde
serão investigados os acusados que não têm mandato.
A lista de 28 nomes foi revelada por Costa exclusivamente no âmbito da
delação premiada. Como são citados políticos com foro privilegiado, o
caso foi parar no STF. Em depoimentos à primeira instância da Justiça
Federal, o ex-diretor da Petrobras não falou de políticos, mas citou que
o PP, o PMDB e o PT recebiam de 1% a 3% sobre o valor dos contratos da
estatal para abastecer caixa de campanha.
A investigação desvendou uma trama de repasses a políticos na estatal. A
Lava Jato foi desencadeada em março e identificou a parceria de Costa
com o doleiro Youssef. Na última fase da operação, deflagrada em 14 de
novembro, foram presos os principais executivos e dirigentes das maiores
empreiteiras do País, todos réus em ações penais por corrupção ativa,
lavagem de dinheiro, crimes de cartel e fraudes a licitações. As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo