segunda-feira, 2 de março de 2015

Levantamento do CFM mostra sucateamento de quase 1.000 unidades básicas de saúde

Levantamento do CFM mostra sucateamento de quase 1.000 unidades básicas de saúde Um levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgado nesta segunda-feira (2) mostra o sucateamento de 952 unidades básicas de saúde fiscalizadas pelo órgão. Os números apontam que 331 estabelecimentos tinham mais de 50 itens em desconformidade com o padrão estabelecido pelas normas sanitárias, enquanto 100 apresentavam mais de 80 itens fora dos padrões. Em 38 unidades visitadas, não havia sequer consultório médico. Segundo o CFM, foram avaliados ambulatórios, unidades básicas de saúde, centros de saúde e postos dos programas de Saúde e de Estratégia da Família do Sistema Único de Saúde (SUS). O levantamento mostrou que várias unidades fiscalizadas não tinham sanitário adaptado para pessoas com deficiência, não possuíam salas de esterilização e nem sala para depósito de material de limpeza. O CFM também alertou ter encontrado estabelecimentos sem seringas, agulhas, material para curativos, desfibriladores e equipamentos para atendimento de parada cardiorrespiratória. O levantamento será encaminhado aos secretários estaduais de Saúde e ao Ministério Público Federal. O presidente do CFM, Carlos Vital, afirmou que “essa amostra revela uma tendência: sabemos, por meio de reclamações e protestos dos médicos, das dificuldades”. "[O quadro] reflete o descaso, o descuido e a ausência de uma política de recursos humanos para o Sistema Único de Saúde", completou.  Em nota, o Ministério da Saúde informou que desenvolve há quatro anos um programa para construção e melhoria de unidades básicas de Saúde (UBS), o Requalifica UBS, e que, desde que o projeto foi lançado, R$ 5 bilhões pelo governo federal para que os municípios pudessem construir ou aperfeiçoar outras UBS pelo país. Atualmente, 40,6 mil UBS estão em funcionamento no país. A pasta ainda informou que o investimento atual na atenção básica dobrou nos últimos quatro anos, alcançando R$ 20 bilhões em 2014.