Com as eleições municipais na reta final, a partir da próxima semana,
as atenções deverão se voltar para a reforma ministerial que tende a ser
feita pela presidente Dilma Rousseff. A expectativa é de que o Palácio
do Planalto aproveite a dança das cadeiras para dar maior agilidade a
projetos de investimentos, de forma a romper a onda de desconfiança que
tomou conta do empresariado e está custando caro ao país.
Ainda que a presidente Dilma já tenha demonstrado, reiteradas vezes, o
seu apreço pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, começam a surgir,
dentro do governo, defensores de uma mudança no comando da chefia da
equipe econômica. E o nome mais citado para o cargo é o do presidente do
Banco Central, Alexandre Tombini, que seria substituído por Luiz Awazu
Pereira, hoje diretor de Assuntos Internacionais da instituição.
A justificativa para a troca na Fazenda seria a necessidade de o
governo assumir uma postura mais amigável com o capital. Mantega, no
entender de alguns colegas, realmente fez um trabalho importantíssimo
nos últimos anos. Demonstrou grande competência em momentos críticos
para o país, como no fim de 2008, quando houve o estouro da bolha
imobiliária dos Estados Unidos e o Brasil mergulhou na recessão. Nos
últimos meses, porém, ele passou a ser visto como símbolo do que os
empresários classificam de “bravatas do governo”.
Toda a política de enfrentamento aos bancos, às concessionárias de
energia, às empresas de telefonia, na avaliação de técnicos do governo,
está associada ao ministro da Fazenda, que não se faz de rogado. Ele não
só defende publicamente a intervenção do Estado em setores considerados
estratégicos para o controle da inflação, como faz ameaças claras,
inclusive contra o capital estrangeiro todas as vezes em que o dólar
ameaça cair para abaixo de R$ 2.