sábado, 13 de outubro de 2012

Para o Flamengo, só vale a vitória

Dirigentes vão ao Ninho do Urubu dar garantias sobre salários e pedir mobilização ao time do Flamengo, que precisa derrotar o Cruzeiro hoje, no Engenhão, para afugentar a crise






































RIO - Em crônica de 1748, o padre Francisco da Silveira relata que “peregrinos se deslocavam por grandes distâncias para agradecer as graças de Nossa Senhora Aparecida”. Ontem, feriado da padroeira do Brasil, a presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, e o vice de finanças, Michel Levy, foram até o Ninho do Urubu dar satisfações e pedir uma união de forças ao elenco rubro-negro. De Levy, os jogadores ouviram a promessa de que o salário de agosto será depositado até quarta-feira. A presença de Patrícia, habitual em véspera de jogos de fim de semana, ganhou conotação extra diante das circunstâncias. Na luta para fugir do rebaixamento, o time, 15º na tabela, precisa quebrar a sequência de três jogos sem vitória contra o Cruzeiro, hoje, às 18h30m, no Engenhão.
- A presença deles é importante para todos nós. Estão aqui em função do momento que estamos vivendo - admitiu o técnico Dorival Júnior, que tem fé numa mudança milagrosa de cenário até o fim do campeonato. - Os resultados não são satisfatórios e nos incomodam muito, mas em nenhum momento a equipe se omitiu. Acho que estamos próximos de encontrar equilíbrio.
Michel Levy cruzou a entrada do centro de treinamento pouco depois das 10h, ao volante, em alta velocidade. Com seis por cento de risco de cair, segundo o matemático Tristão Garcia, o time também tem pressa para receber os atrasados e reagir no Brasileiro. Restando nove rodadas, a oito pontos do Sport, primeiro na zona da degola, Dorival nega que faça projeções de resultados, mas não quer deixar para decidir a permanência na Série A para os últimos compromissos, o que reforça a pressão para o jogo desta noite.
- O trabalho, primeiramente, é para sair o quanto antes dessa condição. Na rodada primordial, infelizmente, o resultado não veio - lamentou, referindo-se à derrota para o Fluminense, quando uma vitória, que seria a terceira consecutiva pela primeira vez na competição, deixaria o Flamengo em sétimo na tabela. - A situação é bem abaixo do que esperávamos. Temos que nos mobilizar para recuperar.
Frauches, Ramon, Aírton e Liédson
O técnico procura fazer sua parte. Sem poder contar com três jogadores suspensos - Welinton, Amaral e Renato Abreu - e dois a serviço das seleções chilena e paraguaia - González e Cáceres - ele se vira como pode. Contra o Cruzeiro, o time terá quatro modificações em relação à derrota para o Corinthians. Na zaga, Frauches, inexplicavelmente barrado no meio de semana, formará dupla com Renato Santos. Depois de longo tempo se recuperando de uma lesão muscular, Aírton jogará no meio, ao lado de Ibson, Léo Moura e Cléber Santana. Na frente, numa prova de que o absolveu pela crítica ao atraso de salário em momento inoportuno, Dorival confirmou Liédson. Na lateral esquerda, Ramon volta no lugar de Magal. O goleiro Felipe, com uma lesão no pé, não treinou, mas se concentrou e não deve ser problema.
- Já tinha alguma coisa preparada. Não há mistério, não acho que seja por aí que se ganha jogo - explicou o técnico, rebatendo as críticas de que o time não adquire conjunto em função das constantes mudanças que faz. - Regularidade se resume a resultado, e eles realmente não têm acontecido. Mas, sem quantos jogadores fico a cada rodada? Não consigo repetir o time.
A diretoria entrou com pedido de efeito suspensivo no Tribunal de Justiça Desportiva para evitar a perda de mando de campo no jogo contra o São Paulo, dia 21. A CBF determinou que a partida seja disputada em Volta Redonda.
Flamengo: Felipe, Wellington Silva, Renato Santos, Frauches e Ramon; Aírton, Ibson, Léo Moura e Cléber Santana; Liédson e Vágner Love. Cruzeiro: Fábio, Ceará, Léo, Mateus e Everton; Leandro Guerreiro, Marcelo Oliveira, William Magrão e Montillo; Martinuccio e Anselmo Ramon. Juiz: Anderson Daronco.


.