Uma análise de sangue pode ajudar a diagnosticar o câncer de próstata,
já que permitiria aos médicos rastrear a marca genética que o tumor
deixa sobre as células afetadas, informou nesta terça-feira (9) a
revista médica The Lancet Oncology.
Com este teste, os pesquisadores podem observar se os genes do paciente
sofreram alguma alteração atribuível à presença de um tumor de
próstata, uma doença que em muitas ocasiões demora anos para manifestar
seus sintomas.
Na atualidade, os médicos realizam uma biópsia para determinar a
agressividade do tumor, mas os cientistas esperam que no futuro este
tipo de análise proporcione dados mais precisos que a biópsia.
Uma equipe de cientistas do Institute of Cancer Research de Londres fez
este teste em 94 pacientes e foi capaz de dividí-los em vários grupos a
partir dos resultados da análise.
Os pesquisadores conseguiram assim diferenciar o grupo de pacientes com
pior previsão e maior mortalidade, que sobreviveram nove meses em média
em comparação com os 21 meses dos demais participantes do estudo.
O teste voltou a ser aplicado depois em outros 70 pacientes, e foram
encontrados nove genes com os quais identificar com precisão àqueles que
tinham menos probabilidade de sobreviver ao câncer.
Nos Estados Unidos, cientistas do Dana-Farber Cancer Institute e do
Memorial Sloan-Kettering Cancer Center averiguaram uma análise similar,
também para casos de câncer de próstata, e descobriram seis genes com os
quais dividir os pacientes em dois grupos segundo o nível de gravidade.
Segundo Malcolm Mason, pesquisador da organização beneficente britânica
Cancer Research UK, estes resultados são "importantes" porque a análise
não só ajudará a identificar os pacientes com pior previsão, mas
servirá para escolher o tratamento mais eficaz para cada um deles.