Em
uma palestra que vi na internet, um fotógrafo revela como, durante
quatro horas por dia e sete dias por semana, acompanhou fotograficamente
uma flor desde seu nascimento, e como isso o fez perceber o quanto
deveria ser grato por cada segundo vivido.
Enquanto
falava, na parede atrás eram projetadas as imagens dos delicadíssimos
movimentos das plantas, de gotas de águas que sobre elas caíram, o
aparecimento de suas cores, a abertura de cada pétala até sua total
exposição, amadurecimento, polinização por abelhas.
Lembrou
sua plateia de que 80% de tudo o que sabemos chega ao nosso
conhecimento através dos olhos, mas poucos são os que realmente enxergam
o que olham à sua volta.
Com
imagens e exemplos maravilhosos a palestra realmente chama a atenção
para como, diariamente desprezando maravilhosos acontecimentos, passamos
pela vida sem vivê-la e como somos ingratos por não estarmos
constantemente agradecendo pela benção que é viver.
Quantas
vezes ao acordar e começarmos um novo dia, olhamos para o sol nascendo e
observamos a diferença de seus raios em relação ao dia anterior, o
tempo mais aberto ou fechado, seco ou úmido, chovendo ou não, calor ou
frio? Parece bobagem, mas jamais existiu ou existirá um momento como
aquele, único, com milhares de variações de luminosidade, intensidade,
umidade, cores e temperaturas.
O
formato, a posição, as cores e a velocidade das nuvens variam milhões
de vezes durante um único dia, e raras são as pessoas que em alguma
oportunidade pensaram sobre isso, pois a maioria imagina que isso é uma
enorme bobagem, que não existe nenhuma importância nesse fato.
Realmente,
o formato das nuvens teoricamente em nada mudará sua vida, mas através
de sua densidade, cor e velocidade é que a ciência consegue obter dados
que, em conjunto com outras informações, permitem determinar a
temperatura e as precipitações ou não nos próximos dias, o que
influenciará significativamente o plantio, o desenvolvimento e a
colheita de todos os alimentos que necessita para sua sobrevivência e
comprova o quanto somos conectados e integrados a tudo o que está à
nossa volta, principalmente a natureza.
Além
das informações visuais, nosso cérebro recebe milhares de outras, de
fontes diversas, como a diferença de temperatura climática, entre a água
ou um objeto quente ou frio, o som do vento nas árvores ou o cheiro
emanado da terra quando chove e a reação a qualquer dessas informações
provoca um sentimento único, que faz com que em cada segundo de nossa
vida tenhamos uma situação, história, que jamais se repetirá.
Nas
observações feitas com os olhos e registradas em fotografias, podemos
notar como o orvalho provocado por uma queda de água em um rio, nunca
foi e jamais será igual, pois dependendo da intensidade do vento que o
sopra, muda a cada instante, assim como o arco íris que jamais teve ou
terá a mesma espessura, tamanho, tonalidade das cores ou estará no mesmo
local.
Os
olhos, as mais perfeitas máquinas fotográficas que existem, não
utilizam filmes ou imagens digitais registradas em megapixels, mas
exigem uma mente aberta para a recepção e processamento de suas
informações, que serão entendidas de forma totalmente distintas por cada
ser humano e, quando passamos a enxergar cada um desses detalhes, somos
levados a refletir sobre aspectos que podem alterar significativamente
nosso modo de ver e entender tudo o que vivemos.
Abra
sua mente para as informações recebidas e perceba como, a cada segundo,
deve ser grato pela maravilhosa dádiva que é sua vida.