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Os professores da rede estadual estão em greve há 36 dias. Até agora, não há sinal de que o fim do impasse esteja perto. Já são 48 dias sem aulas este ano por causa de greves na Bahia. Além dos 36 dias da greve dos professores, no início do ano as escolas fecharam as portas por causa da paralisação da Polícia Militar, que durou 12 dias.
Mais de um milhão de alunos em todo o estado estão sem aula. Segundo os professores, não há previsão para o fim da greve. De acordo com o sindicato que representa a categoria, essa é a segunda greve mais longa depois da ocorrida em 2007, quando os professores passaram 57 dias parados.
Os profissionais da educação da Bahia pedem reajuste de 22,22% para todos os níveis da categoria. O governo, no entanto, afirma que irá seguir o projeto que enviou e foi aprovado pela Assembleia Legislativa: reajuste de 6,5% para todos os professores (assim como para os servidores estaduais) e 22% apenas para aqueles que dão aulas no ensino médio. A greve já foi considerada ilegal pela Justiça e o ponto dos grevistas foi cortado.
No horário em que deveriam estar na aula, os gêmeos Wilson Júnior e Wilson Roberto ajudam no armarinho da família. Tem sido assim desde o início da greve dos professores. "Eu quero até estudar, mas olho no caderno e tem poucos assuntos", disse um dos irmãos. "Eu fico realmente muito preocupada com o futuro deles, porque eu não sei o que pode acontecer amanhã", afirmou a mãe dos gêmeos, Lia Vieira.
Para o governo está valendo o projeto que foi aprovado pela Assembleia Legislativa, de reajuste de 6,5% para todos os professores e 22% apenas para os professores que não tem nível superior. "O projeto enviado para a Assembleia é o projeto que foi discutido, o projeto que eles [professores] tinham conhecimento, até porque foi publicado, está no site da APLB [Sindicato dos Professores], publicado no próprio Diário Oficial... Se eles tinham outra interpretação não deixaram isso claro na hora da votação do projeto de lei. Estamos abertos para acordo. Agora, para isso, eles [os professores] têm que voltar às salas de aula", afirmou Manoel Vitório, secretario da administração do estado. O presidente do Sindicato dos Professores, Rui Oliveira, disse que o secretário de administração da Bahia está equivocado em relação ao acordo feito com a categoria.