Mourão diz que prefere chamar ditadura de "governo autoritário"
General, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que o período da ditadura militar no Brasil foi um governo "autoritário". A afirmação foi durante um seminário organizado pela revista "Voto" nesta quarta-feira (13).
"Em 64 outra ruptura, na esteira da Guerra Fria e do movimento comunista internacional. Cai o governo do presidente João Goulart. E entramos naquele período que alguns chamam de ditadura militar. Eu prefiro chamar de governo de presidentes militares. Foi um governo autoritário. Autoritário sim. Exerceu o poder por meio do ato institucional número 5 por dez anos", afirmou Mourão.
Durante o discurso, o vice comemorou a alta do presidente. "temos a alegria e a satisfação de saber, que no início da tarde, nosso presidente, depois de toda a luta que travou pela saúde após o covarde atentado que sofreu ano passado, está retornando recuperado", disse.
Mourão falou ainda sobre a Reforma da Previdência e defendeu que ela seja realizada. "A reforma deverá atingir a todos, pares e ímpares, ninguém poderá ficar de fora", disse o general da reserva durante a abertura do Seminário de Abertura do Ano de 2019, da Revista Voto.
O comentário ocorre em meio à discussão sobre como se dará a inclusão dos militares na reforma. Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a equipe econômica do governo quer criar uma alíquota previdenciária para os militares. O texto final ainda deverá passar pela aprovação do presidente Jair Bolsonaro.
Mourão também falou sobre a importância de abrir o diálogo e definir uma boa estratégia de comunicação com o Congresso e a sociedade para garantir a aprovação da proposta.
Durante sua fala, ele fez um apanhado histórico no qual criticou os governos do PT, culpando-os pelo desequilíbrio fiscal e pela crise política e econômica no Brasil.
O vice-presidente afirmou que é preciso levar adiante as questões econômicas, entre elas as reformas previdenciária e tributária, além das questões da segurança pública.
Ele avaliou que o sistema previdenciário atual é insustentável. "Se não precisamos fazer dívida para pagar salários e aposentadoria hoje, precisamos para que governo tenha atividades de custeio funcionando. Se governo não encarar essa questão de frente, em 2022, não faz mais nada além de pagar salário e aposentadoria", reforçou.