segunda-feira, 3 de julho de 2017

Ex-governador do RJ recebia propina para reajustar tarifas de ônibus, aponta MPF



Ex-governador do RJ recebia propina para reajustar tarifas de ônibus, aponta MPFO Ministério Público Federal (MPF) apontou que, mesmo após deixar o governo, Sérgio Cabral recebia "prêmios" em troca de alguns benefícios para empresas de transporte, como a concessão de reajustes nas tarifas de ônibus. De acordo com a Polícia Federal, dez pessoas foram presas na Operação Ponto Final, dois estão foragidos e terão seus nomes encaminhados para a Interpol. De acordo com o procurador da República Eduardo El Hage, R$ 260 milhões foram desviados das empresas de ônibus e pagos a políticos. Do total, Cabral teria recebido R$ 122 milhões em propina. Um dos casos apurados pelo Parquet foi a autorização de um reajuste de 7% em 2009, enquanto ele deveria ter sido de 2%. "sempre que havia um reajuste o Sérgio Cabral recebia prêmios da Fetranspor [Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro] e ele distribuía esses prêmios entre a organização criminosa dele", afirmou El Hage. A partir do pagamento de propina que subornava até mesmo o Tribunal de Contas do Estado (TCE), os empresários conseguiam benefícios, como ausência de licitação, reajuste do valor das passagens acima do previsto e isenções fiscais. As investigações apontaram que o dinheiro era recolhido nas garagens e contabilizado através de planilhas. "Essa operação não nos surpreende na medida em que os esquemas do senhor Sergio Cabral e dos seus liderados já passaram pela Secretaria de Obras, já passaram pela Secretaria de Saúde, agora estamos falando do setor de transportes e, portanto, nessa medida o que a gente tem a reconhecer desses fatos é que ele loteou toda a estrutura governamental, todas os contratos foram objetos de pagamento de propina pra sua realização", explicou o procurador da República, Leonardo Freitas. De acordo com informações do G1, a Justiça quer que o valor de R$ 260 milhões sejam bloqueados da conta de Cabral e Carlos Miranda, operador financeiro do ex-governador.