O prédio da Justiça Federal do Paraná, no bairro do Ahú, em Curitiba, onde Lula vai depor a Moro no próximo dia 10
Apesar do esquema de segurança previsto para o dia determinar que grupos antagônicos só poderão se reunir longe do local em que o petista será interrogado, os vizinhos ao fórum prometem se impor uma espécie de toque de recolher com direito a tapumes em receio à possibilidade de confrontos.
Se vingar, o esquema divulgado esta semana pela Secretaria de Segurança Pública do Estado manterá militantes favoráveis ao petista na Boca Maldita, no centro, a cerca de 5 km do fórum. Já os ativistas anti-Lula deverão se aglomerar no Centro Cívico, a pouco mais de 2,5km de onde o ex-presidente estará frente a frente com Moro.
Terão acesso à região somente moradores e comerciantes cadastrados e profissionais de imprensa previamente credenciados pela Polícia Militar.
Apesar das regras, a reportagem do UOL encontrou vizinhos apreensivos em relação à quarta-feira e cautelosos sobre o próprio expediente. A alguns deles, pelo que se apurou, a própria PM teria sugerido que não abrissem no dia do depoimento.
Na última quarta-feira (3), por exemplo, militantes petistas e anti-petistas brigaram em frente ao fórum quando o ex-ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, fora levado para colocar tornozeleira eletrônica. Dirceu havia acabado de obter liberdade após quase dois anos de prisão.
"Deveremos fechar a academia, pois a própria polícia nos aconselhou a fazer isso. Além do mais, boa parte de nossos alunos é de funcionários da Justiça Federal, e o fórum não dará expediente nesse dia [à exceção da 13ª Vara]", afirmou o professor de educação física Ivo Lopes, 28, que trabalha em uma academia quase em frente ao fórum.
"Se na quarta-feira as pessoas já se pegaram por causa do Dirceu, imagine o que não serão capazes de fazer em relação ao Lula?", observou.