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Quando o editor Carlos Andreazza disse que o peemedebista Eduardo Cunha
deveria ler o livro do autor que tomou seu nome emprestado como
pseudônimo antes de ir à Justiça para barrá-lo, tinha toda a razão.
Diário da Cadeia (Record), romance que fantasia o que seriam os
apontamentos de Cunha na prisão e que, agora se sabe, foi escrito pelo
paulista Ricardo Lísias, é mais inocente que o verdadeiro Cunha. Aliás,
muito mais inocente – e a palavra aqui pode ser entendida também no
sentido de ingênuo. O Eduardo Cunha ficcional que salta da leitura do
livro é um homem descolado da realidade que provoca não apenas sorrisos
no leitor, mas até uma certa simpatia. Tudo com que o verdadeiro Cunha
poderia sonhar hoje. (Foto ilustração)
Diário da Cadeia pode ser definido como uma sátira política. Mas seu
humor, de tão leve, é quase pueril. Quem já leu o Diário da Dilma,
publicado pelo jornalista Renato Terra na revista Piauí entre 2011 e
2016 e editado em livro pela Companhia das Letras há três anos, pode ter
uma ideia aproximada. As piadas têm o mesmo tom. Os personagens são
caricatos, um tanto amalucados e cheios de idiossincrasias. Enquanto a
Dilma de mentirinha adorava tomar nota dos bofes bonit&...
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