segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Sátiras anônimas sobre Francisco surgiram nas ruas Vaticano nas últimas semanas

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Papa Francisco durante celebração missa neste 19 de fevereiro - TIZIANA FABI / AFP


CIDADE DO VATICANO — Papa Francisco descreveu como “inimigos”, neste domingo, aqueles que “falam mal de nós e nos caluniam”, ao mesmo tempo em que assegurou que “a retaliação nunca leva à resolução de conflitos”. Por isso ele pediu para a população responder “com o bem” a série de cartazes e de sátiras que surgiram espalhados pelas ruas da Cidade do Vaticano nas últimas semanas.
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— Quando falamos de inimigos devemos pensar também em nós mesmos, que podemos entrar em conflito com o nosso próximo, e, às vezes, com a nossa própria família — disse o Papa durante o Angelus de domingo, da varanda do palácio Apostólico. — Os inimigos são todos aqueles que falam mal de nós, que nos caluniam e nos fazem mal. E não é fácil de digerir isso. E estamos chamados a responder todos eles com o bem, que também tem as suas estratégias, inspirado pelo amor.
A fala foi considerada uma resposta implícita à série de críticas de setores conservadores que o pontífice recebeu nas últimas semanas. Durante sua mensagem na frente de milhares de fiéis na Praça de São Pedro, Francisco recordou que “já nos Evangelhos é claro que a lei do amor ultrapassa o de retaliação, que olho por olho e dente por dente”.
— Devemos distinguir entre justiça e vingança, que nunca é justa — destacou ele antes de lamentar “quanto inimizade no seio das famílias”. — A retaliação nunca leva à resolução de conflitos.
Após começarem a aparecer no Vaticano, no início de fevereiro, cartazes anônimos e uma edição apócrifa do jornal oficial do Vaticano, “L'Osservatore Romano”, com duros questionamentos sobre o papado de Francisco, os grupos críticos continuaram esta semana com firmes ofensivas contra o Papa com uma versão satírica de uma canção clássica de 1950.
Tanto a música quanto os cartazes denunciam uma suposta ‘tirania” do pontífice e protestam contra sua atitude de conceder o perdão aos divorciados e às mulheres que fizeram aborto.
Em um vídeo com a paródia da canção divulgado no Youtube, os críticos perguntam: “Quando estaremos livers desta tiraniacruel?”.

Há duas semanas, os líderes das principais organizações pró-vida nos Estados Unidos — que são contra a interrupção da gestação — se reuniram com o Cardeal Raymond Burke, um dos quatro signatários de uma carta que causou polêmica ao questionar a legitimidade das ações do líder da Igreja Católica. A carta ficou sem resposta do Papa, o que enfureceu mais os críticos conservadores.