domingo, 18 de outubro de 2015

Dilma diz que Levy 'fica' e critica Cunha: 'Lamento que seja um brasileiro'

  • Reprodução/Facebook/Dilma Rousseff
A presidente Dilma Rousseff confirmou neste domingo (18) a permanência de Joaquim Levy à frente do Ministério da Fazenda e disse lamentar que o escândalo envolvendo as supostas contas secretas mantidas pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, na Suíça tenha como protagonista "um brasileiro".

As declarações foram dadas a jornalistas no hotel onde a presidente está hospedada, em Estocolmo, na Suécia. Dilma está em viagem oficial pelo país e pela Finlândia durante quatro dias. Ela retorna ao Brasil na noite da próxima terça-feira.

Sobre Levy, Dilma desmentiu informação divulgada pela revista "Veja" na última sexta-feira de que o titular da Fazenda teria lhe apresentado seu pedido de demissão do cargo. Os dois se reuniram na sexta-feira passada no final da tarde depois que o ex-presidente Lula pediu publicamente a demissão de Levy.

"O ministro Levy fica", acrescentou. "Ele não está saindo do governo."

"A partir de agora, não vou mais responder sobre o ministro Levy. Se ele fica, é porque nós concordamos com ela [política econômica]".

Questionada sobre a declaração do presidente do PT, Rui Falcão, que também defendeu o afastamento de Levy se ele não mudar em entrevista ao jornal "Folha de S. Paulo" deste domingo, Dilma afirmou que "o presidente do PT pode ter a opinião que quiser".

"Não é a opinião do governo. A gente respeita a opinião do presidente do PT, porque ele é o presidente do partido que integra a base aliada, mas isso não significa que é a opinião do governo", disse.

"Vivemos uma democracia. Não podemos querer que todas as pessoas pensem igual. A pessoa tem direito de externar que não concorda com a posição."

"No passado, quando a gente divergia, a gente ia para a cadeia. Hoje, é absolutamente normal que as pessoas têm opiniões divergentes."

Dilma criticou especulações de que Levy teria demonstrado insatisfação sobre a pressão que vem recebendo de integrantes do PT, entre eles do ex-presidente Lula.

Sobre Lula, a presidente disse que o petista nunca lhe cobrou a demissão de Levy.

"Ele nunca me pediu nada. Quando o presidente Lula quer uma coisa que diz respeito a posições dele, ele não tem o menor constrangimento de falar comigo."

Segundo Dilma, o maior do problema do Brasil é "estabilizar a economia, fazer com que o país volte a crescer".

"A crise política é um componente da (crise) econômica. Criando esse clima de unidade, de cooperação, o Brasil sairá dessa crise o mais rápido possível". "As duas (crises econômica e política) estão relacionadas".
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