segunda-feira, 22 de junho de 2015

Após 23 anos de sua morte, devoção por Irmã Dulce só faz crescer





 

Quatro anos após beatificação, as Obras Sociais de Irmã Dulce já receberam mais de 8 mil relatos de graças atribuídas à Dulce
  
No dia 14 de  março de 1992,  o som das ruas da Cidade Baixa, em Salvador, eram do Hino ao Senhor do Bonfim misturado com o lamento pelo enterro de Irmã Dulce. Neste dia, o então bancário Osvaldo Lima trabalhava no bairro do Comércio e se impressionou com a multidão. “Ainda não era devoto de Irmã Dulce naquela época, mas lembro que fiquei emocionado com a quantidade de gente que estava lá para se despedir dela. Era uma multidão”, recorda.

Um dia antes, quando ela morreu, ele manteve em sua casa uma vela acesa, orou  e solicitou orações de seus familiares pela admiração que tinha pela religiosa.  Ele só não sabia que a admiração ia virar milagre em sua vida.
Treze anos depois, em janeiro de 2005, a devoção de Osvaldo - que também atuava como corretor de imóveis - se transformou em realidade quando foi acometido por um tumor maligno no intestino e pediu a intercessão pela sua cura à freira baiana.
“Eu estava internado no Hospital Português e iria fazer uma cirurgia no dia seguinte por conta de uma infecção. Minha irmã pediu que o  monsenhor Gaspar Sadoc (ex-pároco da igreja da Vitória, em Salvador) que rezasse por minha vida. Ele rezou e pediu ajuda de Nossa Senhora. Mas, na hora que ele fez a oração eu só conseguia pensar em Irmã Dulce.
No dia seguinte, o médico cancelou a operação pois eu estava curado. Foi Irmã Dulce”, acredita Osvaldo, que ficou internado 18 dias no Hospital Português. Hoje, aos 62 anos, ele já está aposentado e  ainda cuida da saúde. Nas horas vagas, mantém no Facebook um perfil com o nome sugestivo de “Devoto Irmã Dulce”, onde divulga fatos, relatos e histórias sobre Irmã Dulc.
“Atualmente, existem dois relatos que chamaram a atenção dos peritos e que estão sendo examinados. No entanto, no intuito de preservar as famílias de pressões prematuras e seguindo orientação do postulador, não podemos revelar o provável miraculado (nome que se chama quem é alvo de um milagre reconhecido pelo Vaticano), bem como o local onde ocorreu o fato”, explica Maria Rita Pontes, superitendente das Osid.
Os casos que estão sendo analisados compõem o processo de canonização do Vaticano que investiga se eles são, de fato milagrosos. Se confirmado, o Vaticano irá  conceder à Dulce o título de santa da Igreja Católica. Mas, para muitos fiéis, o título de santa reconhecido pela Igreja é um mero detalhe.
“Para mim ela já é santa há muito tempo. Era santa desde que nasceu e se dedicou a cuidar de tanta gente que precisava. Isso era ser santa”, argumentou a aposentada Eva Andrade, de 58 anos, que sempre vai à Igreja de Nossa  Senhora  da Conceição da Mãe de Deus (Santuário de Irmã Dulce), no Largo de Roma, para rezar junto ao túmulo da freira baiana. 
Salvação
Foi nesse lugar que um empresário sergipano, de 27 anos, que prefere não ter o nome divulgado, sentiu que Dulce fez um milagre na sua vida.
“Sempre fui muito cético, apesar de ser católico. Em 2014 descobri que estava com um tumor nas costas. Fiz diversos exames e o resultado deu que era malígno. Na véspera da cirurgia fui ao túmulo de Dulce e fiz uma oração. Foi uma conversa onde pedi que ela intercedesse pela minha saúde. Me operei, retirei o tumor e para surpresa dos médicos  o resultado da análise do tumor é que era benigno.