quinta-feira, 28 de maio de 2015

Saúde vai piorar muito na Bahia com menos R$ 850 milhões

Saúde vai piorar muito na Bahia com menos R$ 850 milhões

Hospitais, UTIs, UPAs e postos podem fechar no interior, sem dinheiro para manter as despesas, após corte de R$ 850 milhões no Orçamento para o estado. Alguns programas também correm risco de interrupção. 
Raul Molina, presidente do Conselho Estadual dos Secretários Municipais de Saúde da Bahia (Cosems-BA) afirma que a Bahia perderá cerca de R$ 850 milhões com o corte no Orçamento da União, divulgado na sexta (22), o que deixa a atenção básica nos municípios muito prejudicada, além da média e alta complexidade.
A partir de junho as prefeituras, que já enfrentam dificuldades desde o segundo semestre do ano passado devem começar a sentir os efeitos do corte no Orçamento. Ainda segundo o presidente do Cosems-BA, o déficit de recursos do estado em Saúde é de R$ 47 mihões.
"Esse é um dos impactos mais complicados que nós já tivemos no setor. Teremos prejuízos em todos os níveis de atendimento", lamenta Molina em entrevista ao Bahia Notícias publicada neste sábado, 23.  
A previsão de que cerca de 200 hospitais, principalmente os de pequeno porte do interior, sejam penalizados sendo que muito podem fechar as portas. Por mês, essas unidades de saúde recebem em torno de R$ 30 a 50 mil do governo federal, com os municípios tendo que pôr em média R$ 350 mil, informa o dirigente do Cosems-BA.
Ainda na atenção básica, em torno de 100 equipes do Programas de Saúde da Família (PSF) correm risco de demissão, além de outros programas de apoio aos PSFs, com fisioterapeutas, nutricionistas, entre outras especialidades, e também o Caps (saúde mental).
Na média complexidade, o efeito dominó também atingirá 86 UPAs (Unidades de Pronto Atendimento): 26 em funcionamento, 14 fechadas no aguardo de recursos, e 40 em construção na Bahia. Sobre as últimas, Molina vê pouca solução. 
"Qual o prefeito que vai abrir (UPA) depois desse baque?", questiona Molina. Em relação à alta complexidade, o bloqueio das verbas vai inviabilizar as UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) em todo o estado.