quinta-feira, 28 de maio de 2015

Contrato para Copa América custou R$ 350 milhões em propina

Valor seria pago em parcelas até 2023; ex-presidente da CBF, José Maria Marin foi um dos favorecidos, diz Ministério Público americano


As investigações do Ministério Público dos Estados Unidos mostram que o ex-presidente da CBF José Maria Marin e um grupo de dirigentes de entidades do futebol das Américas dividiriam US$ 110 milhões (o equivalente a  R$ 350 milhões) empropinas pela cessão, com exclusividade, dosdireitos de transmissão das edições de 2015, 2019 e 2023 da Copa América e Copa América Centenário(em 2016) para uma empresa chamada Datisa. A propina seria paga em parcelas até o fim do contrato, em 2023. Até agora, segundo os procuradores americanos, foram pagos US$ 40 milhões (R$ 126 milhões)
A Datisa tinha como sócios José Hawilla, dono da Traffic, e os argentinos Alejandro Burzaco, Hugo Jinkis e Mariano Jinkis. Assim como Hawilla, Burzaco e os Jinkis (pai e filho) têm sociedade em empresas de marketing esportivo – eram, portanto, concorrentes na disputa por esses direitos.
Em 2013, os quatro se reuniram e criaram a Datisa, que em seguida firmou um contrato de US$ 317,5 milhões ( R$ 1 bilhão) com a Conmebol(Confederação Sulamericana de Futebol) e com a Concacaf (que reúne as federações de futebol das Américas do Norte, Central e Caribe) para ter os direitos exclusivos da Copa America até 2023.
“Em conexão com a compra dos direitos de transmissão das Copas América e Centenário [...] Datisa concordou em pagar US$ 110 milhões em suborno os denunciados Jeffrey Webb [president da Concacaf e vice-presidente da Fifa], Eugenio Figueiredo [também vice-presidente da Fifa e ex-presidente da Conmebol], Rafael Esquivel [presidente da Federação de Futebol da Venezuela], José Maria Marin [presidente da CBF], Nicolás Leoz [ ex-membro do comitê executivo da Fifa e ex-presidente da Conmebol] e outros dirigentes do futebol. Datisa concordou em fazer esses pagamentos em várias parcelas ao longo da duração dos contratos. Ao menos US$ 40 milhões já foram pagos”, dizem os procuradores americanos na denúncia