terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Rui é diplomado e prepara fim do mistério com nomes de secretários

 

 

 
 
A espera dos nomes que irão compor o secretariado executivo do governador eleitor, Rui Costa, (PT) deve terminar hoje.
O novo gestor, diplomado ontem em cerimônia no Centro de Convenções da Bahia, ao lado do vice-governador João Leão (PP) e do senador Otto Alencar (PSD), anuncia hoje, em entrevista coletiva às 10h, no Salão de Atos da Governadoria, em Salvador, os titulares que irão formar a sua equipe de governo.
Ontem à noite, ele se reuniria com líderes de partidos para fazer os últimos ajustes e acabar com impasses nas indicações. O governador teria conversado intensamente com os aliados nos últimos dias a fim de chegarem a um consenso sobre os perfis desejados.
“Trabalhamos para encontrar quadros que unissem características técnicas e políticas, porque eu acho que essa é a melhor combinação. Queremos pessoas que tenham afinidade com as áreas que vão tocar. Essa composição é sempre um quebra cabeça, e amanhã (hoje) nós iremos anunciar”, disse. Rui deixou claro que a combinação entre o técnico e o político junto ao interesse de cada agrupamento político era o grande desafio enfrentado.
Nos bastidores do ato, alguns nomes eram dados como certos de ser confirmados hoje. Alguns políticos citavam a confirmação de André Curvello para a pasta de Comunicação. A permanência de alguns também era fortemente ventilada, a exemplo de Maurício Barbosa para a Secretaria de Segurança Pública e Nestor Duarte (PDT), como nome defendido pelo presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo (PDT), para a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).
Carlos Mello ou Cícero Monteiro (PT) foram mencionados para a Casa Civil. O primeiro é executivo com experiência na pasta, já que substituiu Rui, quando este saiu para concorrer ao governo. Por sua vez, Cícero também adquiriu muita confiança, durante o período eleitoral, pois assumia o cargo estratégico na área política, sendo secretário de Relações Institucionais (Serin), pasta que também já foi ocupada por Rui.
No burburinho da diplomação ontem, apareceu como possível nome para comandar a pasta de Agricultura o ex-deputado federal Oziel Oliveira (PDT). Outra indicada seria Fernanda Mendonça, prima do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça. Consta que ela poderia ocupar a pasta de Trabalho. Contudo, essa área também estaria sendo pleiteada pelo PCdoB, que apostaria para o comando, no nome do deputado estadual Alvaro Gomes, que não conseguiu se reeleger para o cargo.
Questionado sobre a permanência do atual secretário de Planejamento, José Sérgio Gabrielli (PT), Rui descartou: “Gabrielli não fica, ele vai cuidar da vida dele, dos projetos da vida dele. É uma pessoa séria, correta. Alguém vai dizer que ele é presidente quando aconteceu isso, tudo, mas tenho confiança no trabalho dele”, ponderou.
Temor da crise - O governador não titubeou ao responder sobre os escândalos envolvendo a Petrobras, empresa que Gabrielli dirigiu antes da atual Graça Foster. Ele destacou ainda as possíveis consequências desse escândalo. Segundo Rui, “é preciso separar as pessoas físicas das jurídicas”.
O petista defendeu a punição daqueles que tenham cometido irregularidades, mas disse que “o país não podia parar. É muito ruim para a economia brasileira ser atingido por uma crise que atinge pessoas. É preciso fazer uma consertação com os poderes. São empresas importantes para o país, mesmo com o envolvimento dos executivos. Todos os estados têm obras dessas empresas. Temos que separar o que foi o erro das pessoas, senão vamos trazer muita crise e desemprego. As acusações são gravíssimas e precisam ser apuradas”.
O governador sinalizou certo temor com a repercussão das investigações e o futuro de alguns projetos de peso. Um dos projetos possíveis de serem atingidos é a ponte Salvador-Itaparica. Rui disse que preparou uma apresentação para mostrar à presidente Dilma (PT), em audiência em janeiro.
Se o secretariado sai hoje, um fato é certo: a ansiedade e a curiosidade de aliados ainda predominam nos bastidores políticos. Alguns dão sinais de aposta no próprio nome.
Ontem, durante entrevista em sua diplomação, o vice-governador agora diplomado, João Leão (PP), demonstrou sua potencialidade para assumir um cargo no primeiro escalão do governo do estado. O progressista não quis antecipar os possíveis nomes indicados pela sigla. Porém, deixou claro que terão espaço aqueles que se empenharam durante a corrida eleitoral. “Não é justo trazer alguém que não foi da campanha”.
Discorreu ainda que se reuniria com Rui na noite de ontem para tratar do assunto.
Questionado sobre o perfil exigido por Rui, Leão frisou a junção de nomes técnicos e políticos. “Eu mesmo sou técnico e político”, disse, informando que duas secretarias fazem parte de suas afinidades, que são a de Infraestrutura e Recursos Hídricos.
Contudo, pelo que se sabe nos bastidores, a briga pela Seinfra também passa pelo PSD, cujo comando atual tem um nome de seus quadros indicado pela agremiação. “O PP está pleiteando aquilo que lhe é de direito. A (divisão) depende do peso de cada partido. Se for preciso, o PP vai abrir espaço para outros partidos”, afirmou.
Leão disse que a redução no número de secretarias não prejudica as relações do governo com os partidos. “Todo mundo entende que isso é bom para a Bahia”, disse. Ventilado nos últimos meses como um possível ministro de Dilma, Leao não terá a mesma sorte do governador Jaques Wagner: ele mesmo descartou a possibilidade de ter Brasília nos seus planos.
“Desisti de Brasília. Dona Tereza  (esposa) não deixa. Meu filho, Cacá Leão, já foi pra lá e havia um acordo que um pudesse ficar. Por tanto, ela me intimou a permanecer