Os vereadores são acusados de receber propina de empresários para alterar projetos de lei que tramitavam no Legislativo
A Polícia Federal (PF) encaminhou ao
Ministério Público Estadual de Santa Catarina nesta sexta (5) a
conclusão do inquérito da Operação de Rapina, que apura corrupção e
formação de quadrilha na administração pública da capital catarinense.
Catorze dos 23 vereadores da Câmara de Florianópolis foram indiciados.
Os vereadores são acusados de receber propina de
empresários para alterar projetos de lei que tramitavam no Legislativo.
Eles também teriam fraudado licitações no Instituto de Planejamento
Urbano e na Fundação Municipal de Cultura, segundo a denúncia.
A operação começou em 12 de novembro com a prisão do
vereador Badeko (PSD), acusado de ser líder do esquema. O então
presidente da Câmara, César Faria (PSD), foi indiciado já primeiro dia.
Ele renunciou ao cargo logo depois.
O delegado Allan Dias, da PF, diz que há "provas
robustas" de que Badeko liderava o esquema e repassava propinas de
empresários para os outros vereadores.
Além dos vereadores, outros 35 envolvidos no esquema
foram indiciados. A polícia encontrou na casa do publicitário Adriano
Nunes, preso em novembro, uma lista com os nomes dos vereadores que
teriam recebido propina - os valores variavam de R$ 5 mil a R$ 100 mil.
Além do vereador Marcos Espíndola, que está preso,
foram indiciados César Farias (presidente que renunciou ao cargo no mês
passado, após o início das operações), Deglaber Goulart, Erádio
Gonçalves, Tiago Silva, Waldívio Costa Paixão Júnior, Marcelo de
Oliveira, Célio João, Edinon Manoel da Rosa, Edimilson Carlos Pereira
Júnior, Roberto Katumi, Aldério Furlan e Dalmo Meneses. Outros dois
parlamentares ainda estão sendo investigados: Pedro Valente e Ricardo
Vieira. Todos já prestaram depoimento.