OS PASSAGEIROS perceberam que algo de errado estava acontecendo. Após minutos de ansiedade, uma passageira entrou na cabine de comando. Diga-me qual é o problema, talvez eu possa ajudar, explicou a passageira. Com calma ela insistiu: qual é o problema? Você não vê? Nosso instrumento parou de funcionar, não sabemos onde estamos, nem para onde vamos.
EU POSSO ajudá-lo, garantiu com convicção a passageira. Sei de uma coisa que nunca falha. Nunca falhou no passado e nunca vai falhar no futuro. Mostra-me o mapa da rota, o ponto de partida e o nosso destino. As estrelas serão nosso guia. Ela era astrônoma e conhecia o caminho das estrelas. Sentou ao lado do piloto e com os olhos fixos no céu, orientou o vôo que prosseguiu sem problemas e, algum tempo depois, anunciou que estavam salvos.
NOSSA civilização colocou todas as suas certezas no progresso e na técnica. A euforia é substituída pelo pesadelo quando os apagões revelam uma caminhada sem rumo. E nesse impasse não aparecem salvadores confiáveis. É um vôo no escuro, sem indicações seguras do lugar e do destino, um vôo em direção à catástrofe.
A CIÊNCIA, a técnica e a informática não têm a chave da felicidade. Precisamos de pessoas que estudem os céus e contemplem as realidades divinas. Já a mãe dos Macabeus exortava a um dos filhos em meio às dificuldades: Meu filho, olha para o céu! (2Mc 7,28). Na Bíblia, encontramos: A Terra é o caminho, o Céu é o destino.
CERTA mentalidade moderna pensa que Deus interfere em nossa busca de felicidade. A semelhança do Filho Pródigo, queremos ser felizes sozinhos. E, de repente, nos descobrimos no país das trevas e da solidão. Aí sentimos a saudade da casa do Pai. E os braços do Pai estão sempre abertos para seus filhos e filhas. É preciso, algumas vezes, esquecer o painel eletrônico e olhar para as estrelas.