Quartos onde acontecem os programas |
Janeiro é
um mês de baixo movimento para o comércio em geral, que aproveita para liquidar
as sobras do grande volume de vendas característico dos meses de novembro e
dezembro.
Já no Povoado da Cabeça da Vaca, a 160 Km de
Salvador, a realidade é outra. Após o recesso festivo entre os familiares,
as ‘meninas’ que estão voltando são recepcionadas por uma ansiosa
clientela carente de seus prestimosos serviços. Para muita delas, é hora de
muito trabalho e boas recompensas.
O Bar da Cícera é sempre movimentado |
Cícera Oliveira dona de um bar local conta que em
fins de dezembro quando as meninas viajam, o movimento do seu negócio despenca.
Mas, logo em janeiro refloresce com o alarido das ‘andorinhas' que voltam.
Considera seu negócio um ponto ideal, onde os casais podem desfrutar de um momento
de aconchego. Suas regras são rígidas; “o pagamento é antecipado, o valor total
do programa varia de R$ 30,00 a R$ 50,00, acertado entre eles. Eu cobro R$
10,00 pelo quarto. Quando saem eu entrego o restante para a garota".
.
A
realidade de uma garota de programa
'Galeguinha' frequenta a Cabeça da Vaca há dois anos |
Frequentadora do bar da Cícera há
dois anos, a menina de programa conhecida como “Galeguinha”nos conta um
pouco de seu cotidiano na “Cabeça da Vaca”: “sou de Ipirá, estou
aqui todos os finais de semana. O valor dos programas pode variar, tem homens
que pagam R$ 30,00 e ainda ‘choram', acham caro. Em média faturo entre R$ 90,00 e R$ 100,00”, contou
Galeguinha
tem 30 anos e diz que faz questão de ser clara com o cliente. “ Meu programa é
rápido e não demore muito com seu orgasmo”, determina ela para seus clientes.
Indagada como consegue se manter acordada a noite toda, diz que cheira
cocaína: ‘não sou viciada, uso a droga mais como arrebite’.
Estudou
até à primeira série primária. Espera encontrar alguém de que goste, que tenha
sentimento e a considere como esposa. Aí sim deixará a prostituição!
Por Clécia Azevêdo