segunda-feira, 29 de abril de 2013

Médicos se mobilizam em favor da saúde suplementar

 

 


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Os serviços de urgência e emergência funcionaram normalmente durante o dia de ontem em Salvador, no entanto, quem buscou consultas ouviu a informação de que o atendimento estava suspenso. A paralisação de 24 horas no atendimento foi parte das atividades nacionais de mobilização contra os planos de saúde.
De acordo com a presidente da Comissão Estadual de Honorários Médicos, Débora Angeli, a mobilização alcançou 80% dos 12 mil médicos que trabalham com saúde suplementar na Bahia. “O objetivo dessa manifestação não foi causar prejuízo financeiro nas operadoras, mas alertar a população para a crise no setor que já está impactando também a saúde pública”, frisou a representante da categoria. A médica ressaltou que os planos de saúde se recusam a negociar reajustes na remuneração médica, o que força o profissional a ampliar a carga de trabalho. “Ninguém saí ganhando com um médico estressado, que não consegue se aprimorar, por isso essa não é uma luta apenas da categoria”, completou.
Para os próximos dias, as entidades médicas devem continuar focando na negociação e na judicialização do processo, inclusive com a possibilidade de responsabilização judicial da ANS. “Chegamos a uma situação limite”, completa a médica.
Durante toda a tarde de ontem, representantes do Conselho Regional de Medicina (CREMEB), Associação Bahiana de Medicina (ABM), Sindicato dos Médicos da Bahia (SINDIMED), Agência Nacional de Saúde(ANS), Ministério Público Estadual e Federal, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Procon e representantes dos consumidores estiveram em reunião na sede da ABM para discutir uma saída para o que o representante do Ministério Público Estadual, Rogério Queiroz, considerou um colapso. “Estamos recebendo inúmeras denúncias de mães que têm plano de saúde, por exemplo, mas que são assistidas pelo SUS porque o serviço contratado não disponibiliza hospital para o parto”, pontuou, destacando que o problema não ocorre apenas na obstetrícia, mas em muitas especialidades médicas e que a questão precisa ser discutida de maneira muito mais vigorosa pela sociedade e pela própria ANS. Queiroz lembrou ainda que no caso da obstetrícia, não adianta o governo ter o parto normal como prioridade, se os valores pagos para esse procedimento são inferiores às cesarianas. “A ANS precisa se colocar diante de situações como essas”, completou.
Ontem, por exemplo, ainda  no início da tarde, os serviços de obstetrícia dos Hospitais Salvador e Santo Amaro ficaram suspensos por não terem mais capacidade de atendimento.