segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Trabalho das mulheres é um dos responsáveis pela queda da pobreza

012 09h37 - Atualizado em 31/08/2012 09h37

 

 

Segundo o Banco Mundial, em dez anos, a participação feminina no mercado de trabalho cresceu 15%.

Rodrigo Alvarez
O crescimento da economia tem participação direta das mulheres. De acordo com um estudo do Banco Mundial, o trabalho feminino é um dos grandes responsáveis pela redução da pobreza não só no Brasil, mas em toda a América Latina.
As mulheres que enfrentam jornadas duplas, triplas, estão reduzindo o nível de pobreza no continente. Segundo o Banco Mundial, em dez anos, a participação feminina no mercado de trabalho cresceu 15%.
Uma década de crescimento impulsionado por mãos valentes - e unhas pintadas. Foi assim com Sônia Maria Marques, que depois do divórcio assumiu o comando da autoescola.
“A minha preocupação era essa, de dar um estudo para a minha filha, para eu manter a minha casa”, conta.
Foi assim também com Vera Lúcia Silva Araújo, que montou o restaurante, saiu do sufoco. “Ainda comprei uma casa no bairro, eu mesmo pago sozinha”, afirma.
De um jeito ou de outro, foi assim por toda a América Latina. O estudo do Banco Mundial avaliou a força econômica das mulheres e concluiu que a participação delas no mercado de trabalho aumentou em 15% - tão decisiva que até ajudou a segurar o tranco, quando as estradas econômicas andavam para lá de esburacadas, com uma crise financeira mundial. “Eu que sou marido e a mulher, como dizem, o pai e a mãe”, conta Sônia.
Sônia se dedica tanto, é tão determinada que frequentemente passa mais de doze horas por dia no trabalho. E para ter certeza de que os negócios vão bem, recentemente se mudou para o segundo andar do mesmo sobrado onde fica a autoescola.
Na primeira década do Século XXI, segundo o Banco Mundial, esse aumento na renda das mulheres foi responsável por 30% da redução da pobreza na América Latina.
Segundo o Banco Mundial, o engajamento dessas chefes de família foi decisivo para evitar que a crise tivesse efeitos maiores sobre a América Latina e reduzir a desigualdade social desse lado do mundo.
“O pessoal fala que eu sou muito ousada, aquilo que eu quero eu vou atrás e consigo. Mas eu sei que eu comecei de baixo, muito baixo”, diz Vera.
O estudo mostrou que em lares brasileiros onde as mulheres são a principal fonte de renda, existe uma chance pelo menos 7% maior de encontrar crianças matriculadas na escola. E a pesquisa revelou, ainda, que 17% das residências na América Latina têm nas mulheres a única fonte de renda.