Lucas Azevedo
Do UOL, em Porto Alegre
Do UOL, em Porto Alegre
A Polícia Civil gaúcha investiga a suposta venda de um recém-nascido
por R$ 300 em Viamão (RS). A denúncia partiu de uma testemunha que
relatou o caso às autoridades. Viciada em drogas e mãe de outros seis
filhos, uma mulher teria feito um acordo com um casal, que registrou o
bebê em seu nome. Os policiais confirmaram que na certidão de nascimento
consta a identidade dos possíveis compradores. O bebê está sob a guarda
do Conselho Tutelar.
Conforme a polícia apurou, algumas pessoas que ainda estão sendo
identificadas intermediaram o negócio. Ao dar entrada no Hospital de
Viamão no dia 1º de setembro para a realização do parto, a mãe legítima
se registrou com a identidade da suposta compradora. E o marido tentou
retirar o bebê do hospital como sendo o pai da criança. A certidão de
nascimento da menina chegou a ser feita, mas será cancelada pela
Justiça.
“O homem que registrou essa criança falsamente tentou retirar o bebê no
hospital com um pedido de busca e apreensão, mas a Justiça não concedeu
a ele”, contou o delegado que investiga o caso, Edison de Frade.
Segundo o policial, um advogado afirmou que o casal de classe média
alta, residente em Porto Alegre, deve se apresentar à polícia nesta
quarta-feira (12). Eles teriam optado pela negociação depois de a mulher
tentar, sem sucesso, engravidar.
De acordo com Frade, a mãe biológica da menina disse ser viciada em
crack e afirmou que não cria os demais filhos. A polícia investiga
também denúncias de que não seja a primeira vez que a mulher doou um
bebê.
Os investigados devem responder ao inquérito em liberdade. Caso sejam
considerados responsáveis pelo crime, eles poderão responder pela
entrega de filho mediante recompensa, falsidade ideológica e registro de
outrem, cujas penas podem chegar a seis anos de reclusão