quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Pesquisa revela que quatro gestos geram a suspeita de que uma pessoa não é confiável

 

 


Thinkstock
Afastar-se, cruzar os braços, tocar as próprias mãos ou a si mesmo são os gestos que passam a imagem de que a pessoa não é confiável


De que maneira decidimos em quem confiar? Uma curiosa pesquisa a respeito das interações entre estudantes universitários com um robô procura esclarecer porque confiamos e porque desconfiamos instintivamente de algumas pessoas. Ainda que muitas pessoas presumam que comportamentos como evitar contato visual e inquietação sejam sinais de que uma pessoa esteja sendo desonesta, cientistas descobriram que nenhum gesto ou expressão determina corretamente a confiabilidade de alguém.
Entretanto, pesquisadores da Universidade Northeastern, do MIT e da Universidade de Cornell identificaram recentemente quatro comportamentos distintos que, quando juntos, parecem avisar o cérebro humano de que determinada pessoa não é de confiança. As descobertas serão publicadas no mês que vem na revista "Psychological Science" e poderão ajudar a explicar porque gostamos ou deixamos de gostar rapidamente de pessoas que acabamos de conhecer. Mais importante do que isso, a pesquisa pode vir a ser utilizada para desenvolver programas de computador que avaliem rapidamente o comportamento de pessoas em aeroportos e em outros lugares, alertando para riscos de segurança.
Na primeira experiência, 86 alunos de graduação da Northeastern tiveram cinco minutos para conhecer um colega com o qual nunca haviam se encontrado. Metade dos pares se conheceu pessoalmente e a outra metade interagiu pela internet por meio de mensagens instantâneas. Em seguida, pediu-se que os estudantes participassem de um jogo no qual todos receberam quatro fichas e a chance de ganhar dinheiro. Cada ficha valia um dólar se o jogador a mantivesse e dois se ele a entregasse para seu parceiro. Os jogadores poderiam ganhar quatro dólares cada, se ambos continuassem com suas fichas, mas se trabalhassem em equipe e trocassem todas as fichas, ambos os parceiros poderiam ganhar oito dólares. Entretanto, o máximo de ganho –12 dólares– ocorreria se alguém enganasse o parceiro e ficasse com todas as fichas.

Em geral, apenas uma em cada cinco pessoas (ou aproximadamente 22%) foi completamente confiável e cooperativa, dando todas as fichas para que cada parceiro pudesse receber oito dólares. 13% das pessoas não foram confiáveis e ficaram com todas as fichas, ou com a maior parte delas. Os outros 65% foram cooperativos até certo ponto e deram apenas duas ou três fichas, ficando com uma ou duas por segurança.