Parada Gay em Salvador
-- Veja fotos da Parada Gay
O cortejo composto por 12 trios que percorreu o Campo Grande passando pelas Mercês, Castro Alves, Carlos Gomes e Aflitos, animou os gays, lésbicas, travestis, transexuais e simpatizantes que deixaram as ruas do Centro de Salvador mais coloridas com suas bandeiras e roupas chamativas. O primeiro trio a sair foi o Trio Oficial que contou com a participação da madrinha do evento, a senadora Marta Suplicy. Além dela, famosos e políticos estiveram juntos para apoiar a causa gay na Bahia.
“Além de toda a animação, é importante a gente divulgar o trabalho feito por nós para combater a homofobia e todo o preconceito que ainda existe na nossa sociedade. Fico feliz em ver que a cada ano o público tem aumentado”, disse o presidente da GGB.
Ainda de acordo com Cerqueira, a parada gay tem o objetivo também de pedir a paz. “O número de assassinatos à homossexuais tem crescido bastante no Brasil. Tivemos um caso recente de jovens que foram assassinadas em Camaçari. Não podemos deixar essas coisas acontecerem, temos que ser livres e o respeito tem que existir.”, contou.
Já a senadora Marta Suplicy afirmou que a capital baiana tem um
colorido especial e possui uma manifestação diferenciada de outras
capitais. “Aqui em Salvador é diferente. A cidade transpira alegria e
isso combina com o público gay. Mas não devemos ver só o lado da festa e
sim dos protestos contra a homofobia que são muito importantes. As
políticas em prol do homossexual é uma difícil batalha, mas não podemos
desistir. Por este motivo, solicitei a reabertura do projeto de lei
122/2006, que criminaliza a homofobia no país.”, revelou.
Apesar das faixas de protestos, muitas pessoas se divertiram ao som
de música eletrônica, pagode e axé. “É uma mistura muito gostosa. Sou
heterossexual, mas sempre faço questão de comparecer a parada gay. É uma
manifestação muito bonita e cada um deve ser livre para se expressar do
jeito que quiser.”, disse sem preconceitos o vendedor Carlos Araújo,
que estava tomando uma cerveja com seu irmão Marcos.
Lésbica assumida, a contadora Débora Lima disse que este ano não
precisou ir escondida dos pais para a parada gay. “Ano passado eu
compareci no evento, só que meus pais não sabiam que eu sou lésbica.
Agora eles sabem. No começo foi difícil aceitarem, mas agora está tudo
bem. A parada gay de Salvador está cada ano mais bonita e cheia”,
relatou.
Para o fisioterapeuta Rafael Moraes, apesar da beleza, a festa tem se
tornado perigosa. “Já presenciei várias pessoas sendo assaltadas. Tem
muito ladrões nessa multidão toda, e às vezes a polícia não está no
local para ajudar.”, reclamou.
“Certamente oferecemos um bom serviço, com respeito à diversidade, às diferenças de gênero, de raça. O trabalho de sensibilização e profissionalização da PM realizado pela secretaria de Turismo é uma boa iniciativa e deve ser um trabalho contínuo para um bom atendimento”, comentou o comandante.