segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Parada Gay reúne 100 mil pessoas no Campo Grande


Parada Gay em Salvador
Parada Gay em Salvador
'A Bahia é gay”. Foi com esse grito irreverente e alegre que o presidente do Grupo Gay da Bahia (GGB), Marcelo Cerqueira, deu início, nese domingo (9/9) à tarde a 11ª Edição da Parada Gay, que reuniu pelo menos 100 mil pessoas no Campo Grande.
-- Veja fotos da Parada Gay
O cortejo composto por 12 trios que percorreu o Campo Grande passando pelas Mercês, Castro Alves, Carlos Gomes e Aflitos, animou os gays, lésbicas, travestis, transexuais e simpatizantes que deixaram as ruas do Centro de Salvador mais coloridas com suas bandeiras e roupas chamativas. O primeiro trio a sair foi o Trio Oficial que contou com a participação da madrinha do evento, a senadora Marta Suplicy. Além dela, famosos e políticos estiveram juntos para apoiar a causa gay na Bahia.
“Além de toda a animação, é importante a gente divulgar o trabalho feito por nós para combater a homofobia e todo o preconceito que ainda existe na nossa sociedade. Fico feliz em ver que a cada ano o público tem aumentado”, disse o presidente da GGB.
Ainda de acordo com Cerqueira, a parada gay tem o objetivo também de pedir a paz. “O número de assassinatos à homossexuais tem crescido bastante no Brasil. Tivemos um caso recente de jovens que foram assassinadas em Camaçari. Não podemos deixar essas coisas acontecerem, temos que ser livres e o respeito tem que existir.”, contou.
Já a senadora Marta Suplicy afirmou que a capital baiana tem um colorido especial e possui uma manifestação diferenciada de outras capitais. “Aqui em Salvador é diferente. A cidade transpira alegria e isso combina com o público gay. Mas não devemos ver só o lado da festa e sim dos protestos contra a homofobia que são muito importantes. As políticas em prol do homossexual é uma difícil batalha, mas não podemos desistir. Por este motivo, solicitei a reabertura do projeto de lei 122/2006, que criminaliza a homofobia no país.”, revelou.
Apesar das faixas de protestos, muitas pessoas se divertiram ao som de música eletrônica, pagode e axé. “É uma mistura muito gostosa. Sou heterossexual, mas sempre faço questão de comparecer a parada gay. É uma manifestação muito bonita e cada um deve ser livre para se expressar do jeito que quiser.”, disse sem preconceitos o vendedor Carlos Araújo, que estava tomando uma cerveja com seu irmão Marcos.
Lésbica assumida, a contadora Débora Lima disse que este ano não precisou ir escondida dos pais para a parada gay. “Ano passado eu compareci no evento, só que meus pais não sabiam que eu sou lésbica. Agora eles sabem. No começo foi difícil aceitarem, mas agora está tudo bem. A parada gay de Salvador está cada ano mais bonita e cheia”, relatou.
Para o fisioterapeuta Rafael Moraes, apesar da beleza, a festa tem se tornado perigosa. “Já presenciei várias pessoas sendo assaltadas. Tem muito ladrões nessa multidão toda, e às vezes a polícia não está no local para ajudar.”, reclamou.
De acordo com o comandante do 18º Batalhão da PM, Tenente Coronel Anselmo Brandão, o esquema de segurança da parada gay foi similar ao realizado durante o Carnaval. O efetivo envolvido na operação foi de mil policiais militares, e as ações foram principalmente de prevenção aos pequenos delitos, a exemplo de furtos.
“Certamente oferecemos um bom serviço, com respeito à diversidade, às diferenças de gênero, de raça. O trabalho de sensibilização e profissionalização da PM realizado pela secretaria de Turismo é uma boa iniciativa e deve ser um trabalho contínuo para um bom atendimento”, comentou o comandante.