Choro no trabalho: 9% dos homens e 41% das
Estudo americano diz que derramar lágrimas no trabalho é mais comum do que se pensa. No Brasil, segundo especialistas, esses índices seriam maiores.
Corria bem a entrevista para esta reportagem, feita por telefone com
uma gerente de RH. A especialista discorria sobre o choro no trabalho e
os impactos desse comportamento na imagem profissional, quando a
conversa precisou ser interrompida. Uma funcionária da empresa havia
entrado na sua sala em lágrimas, após um desentendimento com uma colega.
A gerente pediu que a repórter retornasse a ligação em alguns minutos,
para que ela pudesse resolver a situação. E atestou: o choro no ambiente
corporativo acontece com frequência.
Segundo pesquisa da escritora americana Anne Kreamer, 41% das mulheres já derramaram lágrimas no expediente, contra 9% dos homens. Tanto eles quanto elas dizem que a motivação mais comum é o estresse, tanto pessoal quanto profissional. E o sexo masculino é mais tolerante quando o tema é deixar extravasar as emoções: elas se culpam muito mais quando não conseguem segurar as lágrimas, aponta o estudo, publicado no livro “É sempre pessoal: emoção no novo ambiente de trabalho” (em tradução livre). Mas, diz Anne em entrevista ao Boa Chance, a ideia de que o choro corporativo denota fraqueza está ficando ultrapassada:
— Hoje em dia, o ambiente de trabalho está dividido entre homens e mulheres, o que faz com que a expressão natural da emoção seja mais tolerada.
A autora reconhece, porém, que não são todas as empresas que lidam com o choro de uma forma mais amistosa:
— Talvez na próxima geração profissional isso já esteja mais difundido.
Para Mônica Paiva, diretora de RH da Radix Engenharia, se o estudo tivesse sido feito no Brasil, o número de chorões encontrados seria maior:
— Somos um país mais emocional, não escondemos tanto as emoções. Ao contrário, o brasileiro usa o calor humano para construir negócios através de um relacionamento amigável.
Mônica destaca que já passou por uma situação em que foi impossível engolir o choro. Quando trabalhava em outra empresa, teve seu nome anunciado no pacote de demissões provocadas por uma crise financeira — ela que atuava na condução do processo de desligamento dos funcionários. Porém, no dia em que isso aconteceria, acabou sabendo que continuaria empregada e chorou na frente do diretor, mais por estresse do que por felicidade.
Segundo pesquisa da escritora americana Anne Kreamer, 41% das mulheres já derramaram lágrimas no expediente, contra 9% dos homens. Tanto eles quanto elas dizem que a motivação mais comum é o estresse, tanto pessoal quanto profissional. E o sexo masculino é mais tolerante quando o tema é deixar extravasar as emoções: elas se culpam muito mais quando não conseguem segurar as lágrimas, aponta o estudo, publicado no livro “É sempre pessoal: emoção no novo ambiente de trabalho” (em tradução livre). Mas, diz Anne em entrevista ao Boa Chance, a ideia de que o choro corporativo denota fraqueza está ficando ultrapassada:
— Hoje em dia, o ambiente de trabalho está dividido entre homens e mulheres, o que faz com que a expressão natural da emoção seja mais tolerada.
A autora reconhece, porém, que não são todas as empresas que lidam com o choro de uma forma mais amistosa:
— Talvez na próxima geração profissional isso já esteja mais difundido.
Para Mônica Paiva, diretora de RH da Radix Engenharia, se o estudo tivesse sido feito no Brasil, o número de chorões encontrados seria maior:
— Somos um país mais emocional, não escondemos tanto as emoções. Ao contrário, o brasileiro usa o calor humano para construir negócios através de um relacionamento amigável.
Mônica destaca que já passou por uma situação em que foi impossível engolir o choro. Quando trabalhava em outra empresa, teve seu nome anunciado no pacote de demissões provocadas por uma crise financeira — ela que atuava na condução do processo de desligamento dos funcionários. Porém, no dia em que isso aconteceria, acabou sabendo que continuaria empregada e chorou na frente do diretor, mais por estresse do que por felicidade.