Os médicos de São Paulo pretendem interromper o atendimento aos planos
de saúde no próximo dia 6 de setembro em protesto contra o mal pagamento
dos serviços privados à categoria. A decisão foi tomada após plenária
estadual realizada quinta-feira, na sede da Associação Paulista de
Medicina (APM), no centro da capital paulista.
A
APM afirma que atendimentos de emergência e casos graves não serão
negados à população. Os profissionais pretendem cancelar todos os
atendimentos eletivos, ou seja, as consultas, cirurgias e exames de
rotina, de acordo com o presidente da associação, Florisval Meinao.
A
categoria pede reajuste no valor de consultas para R$ 80. Sem a
negociação, os valores são distintos entre as empresas e Meinao calcula
que, em média, os médicos recebem R$ 50 por consulta. Os valores mais
altos não passam de R$ 60 e os mais baixam chegam aos R$ 20.
Além
de padronizar os valores das consultas, a categoria pede também a
padronização dos demais procedimentos médicos de acordo com a
Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM).
A norma conta com mais de 4 mil procedimentos listados em até 42
patamares. Cada patamar apresenta um valor de acordo com estimativa da
Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) da Universidade de São
Paulo (USP). A última atualização da CBHPM aconteceu em 2003 e a
associação calcula uma defasagem de 50% hoje.
A APM ainda
pede o fim das pressões para reduzir exames, internações e outros
procedimentos essenciais ao adequado tratamento, valorização imediata
dos honorários e inserção de cláusula de reajuste anual nos contratos.