Ontem,
após quatro meses, Roni Peterson Mota Passos, 23 anos, foi preso em
cumprimento a um mandado de prisão preventiva por um crime que chamou a
atenção pelo requinte de crueldade e a disposição do autor. Segundo a
polícia, Roni levou uma mulher de 45 anos e uma adolescente de 17 para
um matagal e estuprou as duas em sequência.
Com um revólver em punho, ele ameaçou as
vítimas e fez uma espécie de rodízio. Enquanto uma estava amarrada, ele
abusava da outra. Depois inverteu as posições. O suspeito usou o cinto
de uma das vítimas para amarrá-las. Para a titular da Delegacia Especial
de Atendimento à Mulher (Deam) de Periperi, Olveranda Oliveira, não há
dúvidas que Roni cometeu o estupro.
“As vítimas reconheceram ele e os exames
feitos no Departamento de Polícia Técnica comprovaram a violência
sexual”, afirma a delegada. Mesmo assim, Roni continua negando o crime.
“Não teve estupro. Só roubei o celular e corri para a boca de fumo para
comprar crack ”, defende-se. As vítimas saíam de um salão de beleza, por
volta das 11h da noite, quando foram abordadas por Roni na Rua da
Matriz, em Valéria.
Quer ficar isolado
Roni disse ter apanhado quando os presos
da Delegacia de Cajazeiras descobriram que ele foi acusado de estupro e
agora teme sofrer represália de novo. “Se eu não tivesse com Deus, eu
estaria com medo. Mas não quero que me bote no meio dos outros caras,
para não me baterem”, disse.
Vítima engravidou
Segundo o coordenador de investigação da
Deam, Washington Costa, a adolescente de 17 anos engravidou depois do
estupro. “Ela conseguiu na Justiça o direito de abortar”, conta o
policial. O crime aconteceu no dia cinco de abril desse ano. Vinte dias
depois, investigadores da Deam descobriram que Roni estava preso na
Delegacia de Cajazeiras por porte ilegal de armas. Ele ganhou liberdade
por esse crime e ontem foi preso pelas acusações de estupro. Roni contou
que após o episódio passou a frequentar uma igreja protestante e já
estava trabalhando como ajudante de pedreiro. “Em nome de Jesus, vou
sair dessa”, disse.