19
jul
2012
Socorro, tem um morto na escola!
Aulas foram suspensas em colégio municipal depois que vigilante encontrou um cadáver
Não
foi por greve, falta de merenda ou energia elétrica que as aulas na
Escola Municipal Raimundo Lemos de Santana foram suspensas, ontem. Os
alunos do colégio, que fica na Travessa Senhor do Bonfim de Cima, em São
Cristóvão, deixaram o local para a polícia recolher o cadáver
encontrado em uma área da escola que passa por reformas.
A vítima é Raimi de Lima, 20 anos, morto
a facadas. Segundo o delegado do Departamento de Homicídios, Sérgio
Schlang Júnior, os golpes atingiram o pescoço e o tórax da vítima.
Ainda não se sabe como o rapaz foi parar
lá dentro e quem o matou. Ele morava perto da escola. A comunidade tem
acesso ao colégio para jogar futebol. Moradores relataram que, à noite e
nos finais de semana, algumas pessoas pulam o muro da escola para usar
drogas no local. “As informações iniciais são de que ele estava
participando do tráfico de drogas”, afirma o delegado. “O pai disse que
trouxe o filho do interior porque ele estava vendendo drogas lá”,
completa.
Mentira para evitar furdunço
Um vigilante da escola encontrou o corpo
de Raimi por volta das 8h30 da manhã, em uma área onde o mato está
alto.Segundo uma professora da unidade, que pediu para não ser
identificada, a diretora recebeu a notícia do encontro do cadáver e
mandou avisar que as aulas foram suspensas por falta de água. “Nenhum
aluno viu o corpo. Essa foi a melhor forma de evitar traumas”, diz. A
escola tem turmas do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental, nos três
turnos.
‘Ele era muito mulherengo’
O pedreiro Durvalino dos Santos, 43, pai
de Raimi, não esperava sentir a dor de perder um filho. “Nunca pensei
de acontecer isso em minha vida”, desabafa. Ele não sabe dizer o que
pode ter motivado a morte de Raimi. “Pode ter sido por drogas, pode ter
sido por causa de mulher. Ele era muito mulherengo”, deduz Durvalino,
que tem mais duas filhas. Raimi era o mais velho.