Preço do pão em Salvador acumula alta de quase 9%
De acordo com a economista do Dieese, Nádia Souza, o aumento do preço
do trigo consumido em Salvador tem refletido no preço do pão, que
registrou aumento em todos os meses entre janeiro e maio deste ano.
Levando em conta o cenário dos últimos 12 meses, a alta acumulada chega a
14,41% em Salvador.
O trigo consumido na capital baiana é importado e vem
prioritariamente de mercados como a Argentina. Mesmo com os reajustes
identificados pela pesquisa da cesta básica, o presidente do Sindicato
dos Panificadores da Bahia, Mário Piton, afirma que o setor tem
absorvido os reajustes no preço do trigo resultado da variação no
câmbio.
“Os preços têm se mantido estáveis nos últimos meses. Para a gente não é bom que o preço suba a cada variação”, destacou.
Especulação - Piton ainda classifica como
especulação a expectativa em torno do aumento do preço do pão nos
próximos dias. “É prematuro falar em reajuste. O preço da farinha ainda
se mantém estável para os panificadores”, pontua.
A possibilidade de aumento do preço do pão foi não bem recebida
pelos consumidores. “Não tem sentido, já pagamos muito caro pelo pão. E é
o tipo de alimento que é essencial no nosso cardápio”, diz a secretária
Luciene Machado.
Quando questionados sobre como economizar caso o preço aumente, os
consumidores são unânimes em dizer que é uma tarefa complicada. “É um
alimento diário. Algumas vezes dá para trocar pelo cuscuz ou aipim, mas
não dá para ficar sem o pão”, destaca a funcionária pública Maria
Raimunda Silva.
Padronização - O mesmo diz sua neta Patrícia Silva,
que ainda sugere a padronização do valor que é cobrado. “Por mais que a
gente tente, o pão está sempre na mesa de casa. O que acho que deveria
acontecer é a padronização do preço do pão. Em cada bairro da cidade o
preço varia, sem justificativa coerente”, afirma.