
Era
noite de sessão extraordinária na Câmara de Vereadores de Ibirapuã,
extremo sul baiano. No entanto, o vereador Anderson Amaral (PSB), 37
anos, deixou de lado os compromissos com a cidade para resolver uma
questão de ordem pessoal. A pauta era a suposta traição da mulher com
um colega de trabalho dela.
A partir daí, a
noite de 16 de maio tornou-se uma sessão de tortura para a balconista
Jamille Alves Lima, 22. “Quando voltou, ele pediu para que eu
escrevesse algumas coisas num papel. Sentei, peguei a caneta e o papel,
e ele disse: escreva, me perdoe. Olhei surpresa e perguntei o porquê.
Ele deu um bofetão na minha boca, caí no chão, ele veio por cima e
colocou a mão na minha boca ameaçando que se não parasse de gritar, me
mataria”, recorda Jamille.
Amaral teve a
prisão preventiva decretada na segunda (21) e é considerado foragido da
Justiça. Segundo Jamille, o vereador a obrigou a escrever uma carta
confessando o adultério e depois ordenou que ela fosse para o quarto.
“Disse
que a gente ia fazer amor, mas me violentou sexualmente. Ainda mandou
eu fazer cara de quem estava gostando para não me bater mais”. Os
cabelos lisos da vaidosa balconista batiam nos quadris, mas durante
cerca de três horas de tormento, fio por fio foram caindo.
“Ele pegou uma tesoura e começou a cortar o meu cabelo. Em seguida,
passou a máquina zero e ainda raspou as minhas sobrancelhas”, contou. A
sessão de violência só terminou por volta de 23h30, quando um amigo do
vereador ligou para ele. “O rapaz parecia estar desconfiado de que
algo ia acontecer. Após a ligação, ele foi até lá e me levou para a
casa da minha mãe”, relembrou.