Irregularidades na revenda de botijão de gás e água mineral. Essa é uma situação que se faz presente em vários pontos comerciais de Feira de Santana, onde na maioria das vezes, gás doméstico e garrafão de água são vendidos de forma clandestina, sem autorização e fiscalizações dos órgãos competentes.
Para observar essa realidade de perto, a reportagem do Folha do Estado flagrou alguns pontos de revenda não autorizadas em alguns bairros da cidade. Em muitos locais, a falta de higiene do espaço foi o que mais chamou atenção, uma vez que os produtos são comercializados no chão, em meio a outras mercadorias ou objetos.
O ponto de venda que mais chamou atenção da nossa reportagem foi à oficina de motos que comercializava água mineral e botijão de gás. Para apurar o fato, indagamos do proprietário da oficina, o qual negou comercializar os produtos, mas, a venda foi confirmada por um vizinho. “Aí ele vende tudo, água, botijão de gás, mas é tudo caro, por isso que eu nem compro”, contou o aposentado que não permitiu revelar identidade.
A maioria dos flagrantes de irregularidades na venda de água e gás foi na periferia de Feira de Santana. Em um dos lugares, a dona do estabelecimento nos informou que a própria distribuidora é quem entrega os botijões para a comercialização. “Já vendi todas as marcas aqui, mais a Butano é que sai mais, isso porque é mais barato, como por exemplo, os outros custam R$ 39,00, R$40,00 e o Butano é R$ 31,00, o povo gosta do mais barato”, declarou a comerciante que se recusou revelar identidade.
Questionada sobre quem faz a entrega dos botijões de gás para ser revendido, a comerciante afirmou que não sabe onde fica a empresa e tampouco o nome de quem entrega o produto. “Não sei nome de ninguém não, o rapaz chega aí na moto, entrega, eu pago e ele sai e não procuro saber nada, não me interessa”, concluiu.
Em outro ponto de revenda de gás e água mineral, a nossa reportagem flagrou vários botijões e garrafões de água em um ambiente com material de limpeza, comida e sem ventilação. Para ter conhecimento de quem fornece os produtos, questionamos do proprietário quem faz a entrega, mas ele se recusou a responder e ignorou a nossa presença.
Estabelecimento
Com objetivo de conhecer o funcionamento e os pré-requisitos necessários para revender botijão de gás, a nossa equipe foi a uma revendedora autorizada, mas o administrador do espaço impediu a nossa entrada. Já em outro ambiente que comercializava botijão, nós tivemos acesso e verificamos todas as exigências determinadas pela ANP (Agencia Nacional de Petróleo).
Das exigências da ANP, nós verificamos no estabelecimento a presença de vários extintores, um espaço ventilado, o selo do INMETRO. “Para manter um espaço, uma revenda como esta, os gastos são muitos, pois nós temos que pagar as taxas estaduais, municipais e também as federais, caso contrário, ANP chega aqui e interdita a minha revendedora”, disse Fábio Longuinhos, responsável por uma revendedora de gás de cozinha.
Ainda de acordo com Longuinhos, para observar as regularidades e funcionamento do local, o Corpo de Bombeiros visita o espaço anualmente. “O bombeiro quando chega procura todos os certificados que possa garantir que o meu estabelecimento está em dias, se ele observar uma pequena falha, ou um certificado atrasado, eu tenho o meu espaço interditado”, explicou.
Clécia Rocha/ Folha do Estado
Jornalista em Formação