Para entender as conseqüências causadas pelo bwllyng, a nossa reportagem procurou o psicólogo Ary Nepote que destacou o papel da família para combater a problemática que tem tomado conta das escolas. Segundo o psicólogo, todo tipo de desgaste de imagem que acontece fora da casa, que é onde o menor, o adolescente tem o sustentáculo emocional enfraquece o individuo diante dos fatos da vida.
“Se a família for capaz de mediar a fragilidade da criança com uma estrutura de aconchego e acolhimento, nesses momentos em que a mesma se sente enfraquecida, o fato, ou seja o apelido passará a ser para o menor algo pertinente a vida e não um componente de destruição da mesma”, explicou Nepote.
Ainda de acordo Ary Nepote, a família é importante em todos os aspectos da vida da criança. “no processo do resgate da credibilidade e da auto-estima, quando a criança vem desfalecida em função de um tecido social rompido, através de um apelido inadequado a sua auto-percepção, este por exemplo é um dos momentos fundamentais onde a família tem que está presente”, salientou.
Para o psicólogo, quando a criança ou o adolescente não tem atenção da família para os apelidos que recebem na rua ou na escola, vários problemas poderão ser causados. “Em determinados casos, assim como o bwllyng, se a família silenciar, o apelido inadequado que provocou uma ruptura do sentido social na confiança da proposta de relacionamento com os demais poderá enfraquecer a auto-percepção e consequentemente o processo da auto-estima se tornar inadequado, e sendo assim, a criança passará a ter dificuldade de relacionamento, passa a ter medo de contatos e a evitar situações que são desconhecidas, isso poderá limitar o seu horizonte psicológico, que poderá também provocar problemas de saúde”, destacou.
Especialista em família, Ary Nepote acredita que a descoberta dos motivos que provocam a evasão escolar através das audiências públicas realizadas pelo juiz José Brandão foi algo fundamental para motivar as famílias a assumirem seu papel, ele ainda salienta que para todos os problemas envolvendo menores na rua com o amigo ou na escola, a família é considerada como o processo fundamental terapêutico de um menor quando chega com seu sentido social rompido.
Questionado pela nossa reportagem se o bwllyng também pode ser combatido na escola, Ary Nepote explica que a escola é uma instituição que pode mediar comportamento desde que ele esteja adequado aos valores familiares. “A criança não vive na escola, a escola é um acontecimento na vida da criança de fundo secundário, ela sai dali e leva conhecimento para o destino que for seguir”, argumentou.
Clécia Rocha
Jornalista em formação