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Antonio Lacerda/EFE
A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, faz campanha no bairro da Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro
Os brasileiros podem fazer história este mês caso Marina Silva (PSB), uma filha de seringueiros pobres da Amazônia, seja eleita a primeira presidente negra do país.
Ainda assim, Marina encontra-se atrás da presidente Dilma Rousseff (PT), que tenta a reeleição pelo PT, nas preferências entre os eleitores de ascendência africana.
A desvantagem, que contrasta com o que aconteceu no caso do presidente
dos Estados Unidos, Barack Obama, que foi eleito em 2008 e reeleito em
2012 com massivo apoio dos norte-americanos negros, pode custar a Marina
a vitória em uma acirrada corrida presidencial.
As razões por
trás das dificuldades de Marina ecoam com eloquência a própria história
brasileira e sua complexa relação com as questões raciais, assim como
espelha o recente progresso social que tem rendido à presidente Dilma
favoritismo para vencer a reeleição, apesar de uma economia em baixo
crescimento.
Nas últimas semanas, a Reuters entrevistou mais de
vinte brasileiros negros em três cidades. Muitos dizem que ficariam
orgulhosos em ver Marina vencer --especialmente em um país no qual os
negros têm sido historicamente sub-representados em governos,
universidades e diversos outros setores da sociedade.
No
entanto, eles também afirmam que estão mais focados na economia do que
em qualquer outro fator. Desde que assumiu o poder em 2003, o PT
promoveu grandes avanços na redução da pobreza, especialmente entre
negros.
Ampliar
3.out.2014
- O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, faz
campanha em Belo Horizonte (MG). Empatado tecnicamente com a candidata
Marina Silva (PSB) na disputa pela vaga no segundo turno, Aécio evitou
criticar sua principal adversária. O tucano resistiu também em falar
sobre uma possível composição PSDB-PSB na segunda fase das eleições.
Questionado se concordava com a declaração do ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso que disse que o "tufão Marina" dá sinais de que vai
virar "vento", Aécio desconversou Leia mais Paulo Fonseca/EFE
"Ninguém quer voltar ao passado", disse Gustavo Leira, um servidor
público aposentado de 71 anos, em Brasília. A raça da Marina é
importante, disse ele, "mas não a coisa mais importante".
Marina, cuja plataforma possui um posicionamento mais ao centro e
favorável ao mercado, tem em grande medida evitado tocar no tema racial,
refletindo uma longa tradição na política e na sociedade brasileiras. A
esmagadora maioria dos brasileiros evita discutir questões raciais,
preferindo, em vez disso, falar em termos de classe social.
Ao
longo dos séculos, o Brasil recebeu 10 vezes mais escravos africanos do
que os Estados Unidos. O Brasil foi o último país das Américas a abolir a
escravidão, em 1888. Hoje, os negros brasileiros têm probabilidade três
vezes maior do que brancos de sofrer com a pobreza extrema.
Perguntada em uma entrevista à Reuters na semana passada o que
significaria ser a primeira presidente negra do Brasil, Marina
respondeu: "Não somente (isso)... Eu também seria a primeira
ambientalista".
"Tenho muito orgulho de minha identidade como
mulher negra", acrescentou ela. "Mas não faço uso da minha fé ou minha
cor. Vou governar para todos. Para negros, brancos, crentes e
descrentes, independente de sua cor ou condição social", afirmou.
Intenção de voto
Ibope
03 Set 2014
12 Set 2014
16 Set 2014
23 Set 2014
30 Set 2014
02 Out 2014
0%5%10%15%20%25%30%35%40%45%
40%
24%
19%
"Maior mistério"
Leia mais em: http://zip.net/bgpLdW
- Antonio Lacerda/EFEA candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, faz campanha no bairro da Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro
Os brasileiros podem fazer história este mês caso Marina Silva (PSB), uma filha de seringueiros pobres da Amazônia, seja eleita a primeira presidente negra do país.
Ainda assim, Marina encontra-se atrás da presidente Dilma Rousseff (PT), que tenta a reeleição pelo PT, nas preferências entre os eleitores de ascendência africana.
A desvantagem, que contrasta com o que aconteceu no caso do presidente
dos Estados Unidos, Barack Obama, que foi eleito em 2008 e reeleito em
2012 com massivo apoio dos norte-americanos negros, pode custar a Marina
a vitória em uma acirrada corrida presidencial.
As razões por
trás das dificuldades de Marina ecoam com eloquência a própria história
brasileira e sua complexa relação com as questões raciais, assim como
espelha o recente progresso social que tem rendido à presidente Dilma
favoritismo para vencer a reeleição, apesar de uma economia em baixo
crescimento.
Nas últimas semanas, a Reuters entrevistou mais de
vinte brasileiros negros em três cidades. Muitos dizem que ficariam
orgulhosos em ver Marina vencer --especialmente em um país no qual os
negros têm sido historicamente sub-representados em governos,
universidades e diversos outros setores da sociedade.
No
entanto, eles também afirmam que estão mais focados na economia do que
em qualquer outro fator. Desde que assumiu o poder em 2003, o PT
promoveu grandes avanços na redução da pobreza, especialmente entre
negros.
Ampliar
3.out.2014
- O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, faz
campanha em Belo Horizonte (MG). Empatado tecnicamente com a candidata
Marina Silva (PSB) na disputa pela vaga no segundo turno, Aécio evitou
criticar sua principal adversária. O tucano resistiu também em falar
sobre uma possível composição PSDB-PSB na segunda fase das eleições.
Questionado se concordava com a declaração do ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso que disse que o "tufão Marina" dá sinais de que vai
virar "vento", Aécio desconversou Leia mais Paulo Fonseca/EFE
"Ninguém quer voltar ao passado", disse Gustavo Leira, um servidor
público aposentado de 71 anos, em Brasília. A raça da Marina é
importante, disse ele, "mas não a coisa mais importante".
Marina, cuja plataforma possui um posicionamento mais ao centro e
favorável ao mercado, tem em grande medida evitado tocar no tema racial,
refletindo uma longa tradição na política e na sociedade brasileiras. A
esmagadora maioria dos brasileiros evita discutir questões raciais,
preferindo, em vez disso, falar em termos de classe social.
Ao
longo dos séculos, o Brasil recebeu 10 vezes mais escravos africanos do
que os Estados Unidos. O Brasil foi o último país das Américas a abolir a
escravidão, em 1888. Hoje, os negros brasileiros têm probabilidade três
vezes maior do que brancos de sofrer com a pobreza extrema.
Perguntada em uma entrevista à Reuters na semana passada o que
significaria ser a primeira presidente negra do Brasil, Marina
respondeu: "Não somente (isso)... Eu também seria a primeira
ambientalista".
"Tenho muito orgulho de minha identidade como
mulher negra", acrescentou ela. "Mas não faço uso da minha fé ou minha
cor. Vou governar para todos. Para negros, brancos, crentes e
descrentes, independente de sua cor ou condição social", afirmou.
Intenção de voto
Ibope
03 Set 2014
12 Set 2014
16 Set 2014
23 Set 2014
30 Set 2014
02 Out 2014
0%5%10%15%20%25%30%35%40%45%
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