sábado, 4 de outubro de 2014

Marina pode ser a 1ª presidente negra do Brasil, mas sem apoio de negros


  • Antonio Lacerda/EFE
    A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, faz campanha no bairro da Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, faz campanha no bairro da Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro
Os brasileiros podem fazer história este mês caso Marina Silva (PSB), uma filha de seringueiros pobres da Amazônia, seja eleita a primeira presidente negra do país.
Ainda assim, Marina encontra-se atrás da presidente Dilma Rousseff (PT), que tenta a reeleição pelo PT, nas preferências entre os eleitores de ascendência africana.
A desvantagem, que contrasta com o que aconteceu no caso do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que foi eleito em 2008 e reeleito em 2012 com massivo apoio dos norte-americanos negros, pode custar a Marina a vitória em uma acirrada corrida presidencial.
As razões por trás das dificuldades de Marina ecoam com eloquência a própria história brasileira e sua complexa relação com as questões raciais, assim como espelha o recente progresso social que tem rendido à presidente Dilma favoritismo para vencer a reeleição, apesar de uma economia em baixo crescimento.
Nas últimas semanas, a Reuters entrevistou mais de vinte brasileiros negros em três cidades. Muitos dizem que ficariam orgulhosos em ver Marina vencer --especialmente em um país no qual os negros têm sido historicamente sub-representados em governos, universidades e diversos outros setores da sociedade.
No entanto, eles também afirmam que estão mais focados na economia do que em qualquer outro fator. Desde que assumiu o poder em 2003, o PT promoveu grandes avanços na redução da pobreza, especialmente entre negros.
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3.out.2014 - O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, faz campanha em Belo Horizonte (MG). Empatado tecnicamente com a candidata Marina Silva (PSB) na disputa pela vaga no segundo turno, Aécio evitou criticar sua principal adversária. O tucano resistiu também em falar sobre uma possível composição PSDB-PSB na segunda fase das eleições. Questionado se concordava com a declaração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que disse que o "tufão Marina" dá sinais de que vai virar "vento", Aécio desconversou Leia mais Paulo Fonseca/EFE
"Ninguém quer voltar ao passado", disse Gustavo Leira, um servidor público aposentado de 71 anos, em Brasília. A raça da Marina é importante, disse ele, "mas não a coisa mais importante".
Marina, cuja plataforma possui um posicionamento mais ao centro e favorável ao mercado, tem em grande medida evitado tocar no tema racial, refletindo uma longa tradição na política e na sociedade brasileiras. A esmagadora maioria dos brasileiros evita discutir questões raciais, preferindo, em vez disso, falar em termos de classe social.
Ao longo dos séculos, o Brasil recebeu 10 vezes mais escravos africanos do que os Estados Unidos. O Brasil foi o último país das Américas a abolir a escravidão, em 1888. Hoje, os negros brasileiros têm probabilidade três vezes maior do que brancos de sofrer com a pobreza extrema.
Perguntada em uma entrevista à Reuters na semana passada o que significaria ser a primeira presidente negra do Brasil, Marina respondeu: "Não somente (isso)... Eu também seria a primeira ambientalista".
"Tenho muito orgulho de minha identidade como mulher negra", acrescentou ela. "Mas não faço uso da minha fé ou minha cor. Vou governar para todos. Para negros, brancos, crentes e descrentes, independente de sua cor ou condição social", afirmou.

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