RIO — Ao explicar os motivos para a demissão de Joel Santana, o
diretor de futebol Zinho disse que não acreditava mais que o
ex-treinador rubro-negro pudesse melhorar o rendimento do time.
Escolhido para substituí-lo, Dorival Júnior deve assinar contrato nesta
quarta-feira para a missão de reconstruir uma equipe desde sua base.
Sem
grandes reforços, contará justamente com os pratas da casa: ao comandar
o coletivo de ontem, no Ninho do Urubu, o interino Jaime de Almeida
surpreendeu ao barrar Renato Abreu e escalou uma equipe com sete
jogadores revelados na Gávea. Foi também nas categorias menores do
rubro-negro que ele próprio, Jaime, nos anos 1970, e o diretor Zinho, na
década seguinte, surgiram para o futebol.
Depois de acertar os
detalhes de sua rescisão com o Internacional, de onde foi demitido
semana passada, Dorival Júnior foi a Florianópolis, onde mantém
residência, e nesta quarta-feira terá encontro com Zinho para discutir
os termos do compromisso com o Flamengo. Na primeira conversa, o
dirigente rubro-negro perguntou se o treinador teria interesse de vir
para o clube, e ouviu resposta positiva.
Zinho e as organizadas
A
parte financeira não deverá ser problema. Tanto Zinho quanto Dorival
afirmaram que ainda não detalharam esta parte, mas o diretor confirmou
ontem que o Flamengo está disposto a pagar um salário alto, embora
abaixo dos estratosféricos R$ 800 mil mensais que especulações na Gávea
creditaram a uma pedida inicial de Dorival. Tanto ele quanto Zinho negam
o valor.
— Este valor é mentira, mentira. É preciso ter cuidado
com notícias de valores, isso pode atrapalhar a negociação. Temos um
limite. Mas sabemos que precisamos de um treinador. E é diferente de um
jogador. O treinador comanda um grupo, é o chefe. O jogador exerce uma
função. Tenho interesse no Dorival e quero encontrá-lo logo — disse
Zinho.
Nas negociações com jogadores como Diego e Riquelme, nas
últimas semanas, o Flamengo estabeleceu como teto a faixa dos R$ 500
mil.
Ao chegar para o treino de na tarde desta terça-feira, no
Ninho do Urubu, Zinho se deparou com 15 integrantes de torcidas
organizadas na entrada do CT. Abaixou o vidro do carro e autorizou a
entrada de três representantes.
Conversou com eles por cerca de 20
minutos e depois voltou ao portão do Ninho, onde ainda estavam os
jornalistas, para acompanhar as declarações de um líder das organizadas.
O torcedor declarou apoio a Zinho e defendeu maior utilização dos
jovens da base.
— Fiquei preocupado quando soube que eles estavam lá. E depois fiquei feliz ao saber que foram me apoiar — disse Zinho.
Mattheus vira titular
Enquanto
conversavam com Zinho ou aguardavam na entrada do Ninho, os torcedores
organizados não sabiam que lá dentro, num dos campos do CT, a
valorização dos jogadores formados no clube estava sendo atendida. O
técnico interino Jaime de Almeida fez mudanças importantes na equipe. A
menos que Dorival acerte contrato, comande o treino de nesta terça-feira
e já queira dirigir a equipe na quinta-feira, é Jaime quem estará no
banco contra a Portuguesa.
No coletivo, Jaime barrou o meia Renato
Abreu, titular inquestionável de Luxemburgo e Joel desde que voltou ao
clube, há dois anos, e lançou Mattheus como titular.
Na zaga,
Welinton ganhou nova chance. O time teve Paulo Victor, Léo Moura,
Welinton, González e Magal (Ramon ficou na academia, mas vai jogar);
Aírton, Luiz Antônio, Ibson e Mattheus; Adryan e Love.
De todos
estes, apenas Léo Muora, González, Ramon e Love não são criados na Gávea
(Aírton chegou na transição dos juniores para o profissional).
Zinho contou que espera a definição do novo treinador para consultá-lo sobre a saída do atacante Negueba.
— O Sporting Lisboa fez proposta de empréstimo, o Joel tinha dado o aval, mas quero ouvir a opinião do próximo técnico.
O
diretor está revoltado com o Libertad e a federação paraguaia, que
ainda não enviaram a documentação do volante Cáceres. O contrato do
jogador com o clube paraguaio terminou no dia 30 de junho.
— É um
absurdo. O empresário está lá no Paraguai pressionando, mas eles se
negam a mandar os documentos. Já fizemos outro pedido formal, todos os
prazos já passaram e nada. Já acionamos o Jurídico — disse
É preciso combater as drogas, criando centros de recuperação
e dando condições para o tratamento dos jovens viciados. 
