A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira, 14, mais uma fase da Operação Lava Jato, desta vez batizada de "Politéia". A ação cumpre mandados em seis estados (Bahia, Pernambuco, Alagoas, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo), além do Distrito Federal.
As casas do senador e ex-presidente Fernando Collor de Melo (PTB-AL), em Brasília e em Alagoas, estão sendo vasculhadas. Os policiais também fazem buscas na TV Gazeta, em Alagoas, que pertence à família do político.
O ex-presidente foi citado pelo doleiro Alberto Youssef, durante delação premiada, como um dos beneficiários do esquema de corrupção na Petrobras, investigado na Lava Jato. O dono da UTC, Ricardo Pessoa, também citou Collor em depoimento à Justiça.
Além do ex-presidente, o senador e presidente do PP, Ciro Nogueira (de Piauí), também é investigado.
Onze mandados na Bahia
A operação cumpre no total 53 mandados de busca e apreensão, sendo 11 na Bahia. Em Salvador, os policiais estão no Horto e no Alto do Itaigara. Neste último, policiais foram na casa do ex-ministro e atual conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), Mário Negromonte.
Negromonte é investigado pela Procuradoria Geral da República desde que foi citado pelo doleiro Alberto Youssef como um dos operadores do esquema de propinas envolvendo a Petrobras. De acordo com Youssef, Negromonte representaria seu partido no esquema. Ele substituíu José Janene, após a morte deste.
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa também afirmou que repassou R$ 5,5 milhões ao ex-ministro. Na época da denúncia, em março, Negromonte negou participação no esquema.
O vice-governador João Leão (PP) também é investigado pela Lava Jato. Mas o filho dele, o deputado federal Cacá Leão (PP), negou que o pai seja alvo dessa fase da operação. "Eu desconheço qualquer ação (na casa do pai, dele ou de qualquer parente)", disse o parlamentar nesta manhã.
STF
De acordo com a PF, os mandados foram expedidos pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zawascki, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski.
São realizadas buscas na residência dos investigados, em endereços funcionais, nas sedes de empresas e em escritórios de advocacia e órgãos públicos. O objetivo é evitar que provas da Lava Jato sejam destruídas. Também foi autorizada a apreensão de possíveis bens adquiridos pela prática criminosa.
Cerca de 250 policiais federais participam da ação. Os investigados respondem a crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, fraude a licitação e organização criminosa