quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

Ato reúne dezenas de pessoas para protestar contra vandalismo em estátua de Mãe Stella

 

Dezenas de pessoas se reuniram, na manhã desta quinta-feira (8), para se manifestar contra o ato de vandalismo e intolerância religiosa ao monumento de Mãe Stella de Oxóssi, na Avenida Paralela. Lideranças de diversas religiões foram até o local prestar solidariedade aos fiéis do candomblé e pedir justiça pelo crime.

A cantora Margareth Menezes foi uma das pessoas que participou do ato, que começou por volta das 9h. "A minha participação é como cidadã, como pessoa que respeita a todos e a todas, como artista e também como pessoa que está na equipe de transição de cultura do governo [Lula]. Eu acho que a gente precisa tomar consciência como ascendentes ou não do povo negro que respeito é um direito de todas as religiões. O que se fez com homenagem à Mãe Stella foi um crime", disse.

Thereza Christina, que faz parte do terreio Ilê Axé Opô Afonjá, no qual Mãe Stella foi ialorixá até 2018, fez um chamamento para que pessoas de outras religiões se juntem ao movimento contra a intolerância. "A gente não pode permitir que coisas desse tipo aconteçam. Se fosse com os evangélicos, isso não teria acontecido. Nós temos que arranjar uma forma de chamar nossos irmãos para que eles estejam sempre presentes para evitar esse tipo de situação", disse.

No final da manhã, os participantes fizeram um abraço coletivo no monumento de Oxóssi, que faz parte da obra de Tatti Moreno. A estátua de Mãe Stella, que foi incendiada, foi removida na segunda-feira (5).

Intolerância

A estátua da Mãe Stella de Oxóssi foi incendiada na madrugada de domingo (4). obra, assinada pelo artista plástico Tatti Moreno, foi inaugurada em 2019 e já sofreu duas depredações desde então. Representantes do candomblé apontam intolerância religiosa em todas as violações. Em 2019, a escultura de Mãe Stella e Oxóssi também foi alvo de vandalismo. A obra foi pichada e teve uma placa arrancada. 

Um boletim de ocorrência foi registrado pela Fundação Gregório de Mattos (FGM) na 12ª Delegacia, em Itapuã. A Polícia Civil informou que a unidade policial vai tentar identificar testemunhas que possam passar mais informações sobre a ação, bem como identificar e localizar a autoria do fato, que se enquadra em ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo. (Com Correio)