quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Bolsonaro escolhe o ministro da Educação


Muitas especulações e tentativas depois, o presidente Jair Bolsonaro confirmou a assessores mais próximos seu escolhido para comandar o Ministério da Educação: o engenheiro Mozart Neves, 63 anos, conhecido no rol de educadores por seu bem-sucedido modelo de ensino médio integral, implantado em Pernambuco e exportado para dezessete estados. Ex-reitor da Universidade Federal do estado, atualmente ele ocupa a diretoria de inovação do Instituto Ayrton Senna.
A presidente da instituição, Viviane Senna, que chegou a entrar na roda de apostas para o cargo, esteve com Bolsonaro na semana passada, em Brasília, quando fez uma apresentação sobre a situação do Brasil na sala de aula. Uma ala de bolsonaristas não considerava seu nome palatável porque é público que Viviane não endossa a agenda do Movimento Escola sem Partido, enfaticamente abraçada pelo presidente eleito. Mas ela foi decisiva na costura da indicação de Mozart, seu braço-direto. Falta agora o presidente fazer o convite oficial — e ele aceitar.
Outros nomes apareceram como potenciais candidatos à cadeira. O mais forte foi o de Maria Inês Fini, presidente do Inep, o órgão ligado ao MEC responsável pelas avaliações oficiais da educação — inclusive o Enem. Foi justamente depois do último exame que as chances de Maria Inês derreteram. Por algumas questões da prova, entendidas como afronta direta à agenda do Escola sem Partido e as ideias que o movimento embute, ela foi desaprovada pelo próprio Bolsonaro, que disse sobre ela: “Essa daí é cartão vermelho.”
Até o ex-ministro da Educação Mendonça Filho, que perdeu a corrida para o Senado em Pernambuco pelo DEM, chegou a ser especulado para voltar ao MEC — o deputado Onyx Lorenzoni, futuro ministro da Casa Civil, queria emplacar mais um nome do Democratas na Esplanada. Não vingou.