sábado, 1 de julho de 2017

Disputa por tráfico teria motivado mortes de jovens no Engenho Velho de Brotas

Jovens foram mortos na rua Manoel Faustino; segundo a polícia, José Antônio tinha passagem por porte ilegal de arma - Foto: Mila Cordeiro l Ag. A TARDE e ReproduçãoA disputa por ponto de tráfico de drogas entre integrantes de facções rivais que agem no Engenho Velho de Brotas foi o que motivou a morte de dois jovens, nesta sexta-feira, 30, na rua Manoel Faustino, na localidade do Manguinho, segundo um policial militar.
Por volta das 2h da madrugada, José Antônio Alves da Silva, 22 anos, foi executado com pelo menos 20 tiros na cabeça, tórax, costas e pernas.
Doze horas depois, às 14h, o adolescente Robert Sacramento Costa, 17, o Cobra, foi baleado mais de 15 vezes na cabeça, pescoço, ombro direito, abdômen, costas, braço esquerdo, nádegas e pernas. Ele foi levado ao Hospital Geral do Estado (HGE) por policiais da 26ª CIPM (Brotas), mas não resistiu ao ferimentos e morreu.
Informações do Centro Integrado de Comunicação (Cicom) dão conta de que José foi assassinado por três criminosos.
Sob anonimato, um PM revelou que ele era morador da Rua 13, no Engenho Velho da Federação e, possivelmente, estava se escondendo no bairro. “Foi briga entre eles, briga de facções” , afirmou o policial.
Ainda conforme ele, o adolescente foi executado por cerca de 12 homens, por retaliação à morte de José. O jovem era morador do Engenho Velho de Brotas e também tinha envolvimento com a criminalidade, segundo a polícia.
O Departamento de Homicídios (DHPP) apura os dois casos. Até à noite, nenhum suspeito havia sido preso.
Envolvimento com o crime
“Oxe! Mataram outro de madrugada, foram mais de 30 tiros. Agora vieram e mataram esse aí. Quando levaram para o HGE ele já estava morto, foram mais de 15 tiros na cabeça”, disse um morador da rua, sem se identificar, por temer represália.
Segundo o segurança Edvaldo Costa, pai do adolescente, o filho morava no Engenho Velho da Federação apenas com a mãe e tinha envolvimento com a criminalidade.
“Eu sabia que ele tinha se envolvido, mas não sabia até que ponto. Chamei para morar comigo, mas ele não quis. Disse: ‘rapaz, venha morar comigo, aqui você vai ter tudo’”, lembrou o senhor, aos prantos, a conversa que teve com o único filho.