“O tráfico é intenso em todo o Brasil e na Bahia não seria diferente”. A declaração é do titular em exercício da 13ª Delegacia (Cajazeiras), Roberto Alves, e talvez explique por que o número de homicídios dobrou de um ano para outro na região, entre os primeiros mil homicídios de 2017. Cajazeiras registrou, entre 1º de janeiro e 13 de junho, 30 homicídios – é topo do ranking dos bairros com os primeiros mil homicídios do ano em Salvador e Região Metropolitana. A última vez que a liderança ficou com Cajazeiras foi em 2012, com 25 mortes. Os dados do boletim diário de homicídios da Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) são a base para o especial Mil Vidas, produzido pelo CORREIO desde 2011 sempre que o número de vítimas de mortes violentas em Salvador e RMS chega a mil.O delegado Roberto Alves prefere não “dar nomes” ao principal agente causador do alto índice de violência no bairro, que teve, entre os primeiros mil homicídios de 2016, a metade do registrado este ano: 15 mortes. Mas ele reconhece a presença da facção Bonde do Maluco (BDM) lá.“Não tem como negar a instalação do BDM na região, mas ultimamente não se tem visto ações do grupo com tanta frequência como antes. Isso é fruto da ação da polícia”, diz. Segundo ele, as polícias Civil e Militar têm aumentado as ações em conjunto no que se refere ao combate ao tráfico de drogas na região. “Estamos trabalhando lado a lado, sempre com apoio da PM em incursões, operações. Quando há uma opção do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), somos sempre acionados para dar apoio. A polícia está trabalhando”, declara Alves.