Ticiane Bicelli foi atacada durante reportagem (Foto: Divulgação)
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A
repórter Ticiane Garcez Bicelli, 30, e o cinegrafista Liberato Santana,
da TV Aratu (SBT), foram agredidos, na manhã desta sexta-feira (16),
durante a produção de uma reportagem para o programa ‘Que Venha o Povo’,
no bairro da Calçada, em Salvador. O que era para ser uma matéria
descontraída sobre a cobrança no uso do banheiro do Mercado do Peixe, na
Feira de São Joaquim, terminou com cenas de agressão.
Segundo a repórter, na última quarta-feira (14), ela
esteve no local para uma outra matéria e achou engraçado o fato de ser
cobrado o valor de R$0,50 para se fazer o "número 1" (xixi) e R$1,00
para o "número 2" (cocô). Questionando-se como seria a fiscalização do
uso, ela voltou ao local nesta sexta para fazer uma matéria "leve" para o
programa.
Ao chegar ao local para gravar, uma mãe procurou a
repórter para dizer que sua filha pequena desejava usar o banheiro, mas
que ela não tinha o dinheiro necessário e que achava absurda a cobrança.
Ticiane então se aproximou do banheiro e encontrou uma outra mulher
sentada numa cadeira. A moça então lhe perguntou: "Você aqui de novo?".
Em seguida, a mãe desta jovem, ambas com identidade
ainda desconhecida, abordou a repórter de forma violenta. Inicialmente, a
mãe empurrou Ticiane pedindo que deixasse sua filha em paz. A
apresentadora se defendeu empurrando a mulher de volta. A partir daí,
mãe e filha partiram para cima da repórter com socos. Ticiante também
foi mordida, teve os cabelos puxados e foi arranhada no pescoço.
Repórter divulgou marcas de mordidas e arranhões após ataque de desconhecida (Foto: Divulgação)
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O
cinegrafista tentou intervir para separar as duas, enquanto gravava com
a outra mão toda a agressão. Durante a ação, o microfone e parte da
câmera do profissional foram danificados. A mãe da jovem chegou a jogar
uma cadeira na direção da repórter, mas não chegou a atingi-la. Com a
ajuda de outros feirantes, as mulheres foram separadas. Ticiane então se
escondeu num box e ficou aguardando a chegada da polícia.
Agressão foi toda gravada (Foto: Reprodução/TV Aratu)
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As
mulheres foram conduzidas para a 3ª Delegacia (Bonfim), onde permanecem
detidas. A repórter registrou a queixa da Central de Flagrantes, na
região do Iguatemi, de onde seguiu para realizar exame de corpo de
delito no Departamento de Polícia Técnica (DPT).
De acordo com o presidente do Sindicato dos
Feirantes, Nilton Ávila Filho, conhecido como Gago, desde que o Mercado
do Peixe foi inaugurado, o Governo do Estado não ofereceu o serviço
de limpeza interna dos sanitários. Ainda segundo ele, no dia da
inauguração o espaço abriu às 7h e já às 8h o local estava sem condições
de uso. Desde então, os feirantes decidiram cobrar pelo uso do banheiro
público para que pudessem custear a higienização. O Governo do
Estado foi procurado pelo CORREIO, mas até o momento não atendeu às
ligações.
Nota de repúdio
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado
da Bahia (Sinjorba) afirmou que o equipamento utilizado pelo
cinegrafista foi quebrado e os profissionais registraram queixa em
delegacia.
"Essa agressão a integrantes da imprensa é um grave
sintoma da violência que permeia a sociedade por atingir pessoas que são
responsáveis por dar voz aos problemas desta mesma sociedade. O
Sinjorba solicita o imprescindível apoio da Secretaria de Segurança
Pública da Bahia para que a acusada seja identificada e julgada na forma
da Lei", disse o sindicato, em nota.