Consumir pequenas doses de álcool durante a gestação não é suficiente para causar má-formação em bebês, mas pode mudar um pouco o formato dos lábios superiores, nariz e olhos do foto. As mudanças foram publicadas no periódico Jama Pedriatrics. Desde 1973, pesquisas indicam que crianças expostas a grandes doses de álcool durante a gravidez estão sujeitas a problemas no desenvolvimento físico e mental. Na medicina, eles são chamados de “desordens do espectro alcoólico fetal”, e são preocupantes em vários países: na África do Sul, por exemplo, até 9% das futuras mães bebem o suficiente para causar problemas para seus filhos. Mas não havia certeza do efeito do álcool em pequenas doses, como um gole de álcool. Diante disso, um grupo de pesquisadores liderados pela pediatra australiana Jane Halliday acompanhou a gestação de 1570 mulheres, 27% das quais consumiram pelo menos um pouco de álcool ao longo dos nove meses. Depois, quando os bebês já tinham um ano de idade, 415 deles foram fotografados por câmeras montadas em diversos ângulos. Um programa de computador criou modelos tridimensionais a partir das imagens, que foram levados para análise. Foi constatado que até dois goles em uma ocasião causaram leves modificações, como nariz mais curto ou empinado. Mudanças imperceptíveis a olho nu, mas apenas estéticas. Os mecanismos pelos quais o álcool afeta as crianças são pouco conhecidos. Não há um limite seguro de consumo nem uma maneira confiável de imunizá-las. A pediatra disse que não há motivo para mulheres gravidas que ingeriram poucas doses de bebida para se preocuparem. “Até esse estágio da pesquisa, não levantamos nenhum problema digno de preocupação”, disse Halliday.