O procurador-geral da República Rodrigo Janot deve
incluir novos elementos na denúncia que apresentará em breve contra o
presidente Michel Temer. O documento identificará Temer como o
destinatário da mala com 500 mil reais em dinheiro recebida pelo
ex-deputado Rodrigo Rocha Loures em encontro com um executivo da J&F, de
acordo com o jornal Folha de S. Paulo.
Segundo a reportagem, os investigadores acreditam
que é possível provar que o presidente atuou no episódio mesmo que não
se comprove que a mala de dinheiro tenha chegado até ele. Suas ações
configurariam corrupção passiva, ou recebimento de vantagem indevida, cuja pena
pode ir de 2 a 12 anos de prisão.
Temer é
citado em conversas entre Loures e o dono da JBS Joesley Batista, nas quais o
ex-deputado age como o intermediário do agendamento de um encontro entre o
empresário e o presidente. Em outro diálogo entre Loures e Ricardo Saud, da
JBS, é citado o termo “presidente”. Há ainda outra conversa considerada pelos investigadores,
desta vez entre Temer e Batista, em que o presidente destaca Loures como
seu interlocutor para quando o dono da JBS precisasse falar com o governo.