sexta-feira, 2 de junho de 2017

Ato lembra 15 anos da morte do jornalista Tim Lopes

Rio de Janeiro - A irmã do jornalista Tim Lopes, Tânia Lopes durante ato na praia de Copacabana, em memória aos 15 anos da morte de seu irmão (Tomaz Silva/Agência Brasil)Oito painéis com fotos do jornalista Tim Lopes e de outros profissionais da imprensa, mortos ou agredidos no exercício da profissão, foram instalados hoje (2) na Praia de Copacabana, na altura da Avenida Princesa Isabel. Também foi colocada no local uma lista com os nomes de 37 profissionais da imprensa mortos no país desde 2002.
O ato, feito pela organização não governamental (ONG) Rio de Paz, marca os 15 anos do assassinato de Tim, aos 51 anos, no dia 2 de junho de 2002, na Vila Cruzeiro, na Penha, zona norte da cidade, quando fazia reportagem sobre a exploração sexual de adolescentes em bailes funk promovidos por traficantes da região.
O presidente da ONG, Antônio Carlos Costa, disse que a homenagem foi estendida a outros jornalistas mortos nos últimos anos, para expor a violência contra a imprensa e a violação do direito de informar e ser informado.
“São dados assustadores, que mostram o quanto esses profissionais são necessários. Sem eles, não haveria democracia, uma vez que ela depende de cidadãos bem informados. O trabalho do jornalista consiste em desconstruir inverdades que, muitas vezes, são disseminadas pelos detentores do poder econômico, do poder político”, disse Costa, que agradeceu o trabalho da imprensa.
“Do ponto de vista dos movimentos sociais, são os jornalistas que nos pautam, que apresentam a matéria-prima das nossas manifestações. Quando vamos para as ruas protestar, são eles que dão visibilidade ao nosso ato público, aos nossos protestos. A manifestação de hoje é um agradecimento aos jornalistas brasileiros.”
De acordo com dados da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), de 2013 a 2016, ocorreram 300 casos de agressões a jornalistas durante a cobertura de manifestações, por parte das forças de segurança e dos manifestantes. De acordo com a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), o número de agressões vem aumentando a cada ano. A ONG Repórteres sem Fronteiras colocou o Brasil em 103º lugar no ranking de liberdade de expressão, o segundo país mais perigoso para profissionais de imprensa na América Latina depois do México.

Homenagem
Por volta de 10h30, familiares de Tim Lopes e de profissionais de imprensa fizeram uma pausa de 5 minutos em sua homenagem, colocando os instrumentos de trabalho em frente aos cartazes. Ao final, todos abraçaram a foto do jornalista.