O governo começou a
demitir indicados de deputados da base aliada que votaram contra a
reforma trabalhista na Câmara. Em reunião realizada nesta segunda-feira
(01) com ministros e líderes, no Palácio da Alvorada, o presidente
Michel Temer disse que quem está com o governo tem bônus, mas também
ônus e avisou que será preciso dar o exemplo, com cortes de cargos, para
impedir que novas traições prejudiquem a votação da reforma da
Previdência.
As mudanças na aposentadoria começam a ser analisadas nesta
terça-feira (02) por uma comissão especial da Câmara. A expectativa do
Palácio do Planalto é de que até julho a proposta tenha passado pelo
plenário da Câmara e do Senado, mas esse calendário deve atrasar porque a
base aliada está rachada e há muitas resistências à proposta.
As demissões que sairão no Diário Oficial atingirão cargos em órgãos
federais nos Estados. Entre os atingidos estão deputados do PR, PP, PSB e
até do PMDB, partido de Temer. Os cargos maiores, como ministérios e
presidências de fundações, só serão retirados se houver infidelidade na
votação da reforma da Previdência.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, considerou “normal” a
reação da sociedade à proposta de mudanças na Previdência. “Se alguém me
fala que vai me tirar um direito, eu fico bravo, com razão”, disse
Meirelles ao comentar as manifestações de sexta-feira e de ontem, contra
as reformas propostas por Temer. “Agora, é preciso dizer a verdade para
a população, que o Brasil, se continuar do jeito que está, não vai
pagar as contas.”